Aliados mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticaram a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros Selic em 10,5%.
Eles avaliaram a manutenção como anacrônica aos indicadores econômicos e apontam o viés político do presidente da instituição, Roberto Campos Neto. A decisão do colegiado, porém, foi unânime, o que contou com o voto de diretores indicados pelo governo petista.
– Foi uma decisão anacrônica dada a realidade da economia, a inflação está controlada, os dados econômicos brasileiros são fortes. O Copom vota contra o Brasil, é um voto que parece oposição partidária para sabotar o Brasil e sabotar o governo brasileiro – disse o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).
E ele acrescentou:
– O Copom caiu na história de Campos Neto. Essa decisão se baseia na percepção de Campos Neto, junto com a festa que Tarcísio (de Freitas, governador de São Paulo) deu para ele.
Nesta semana, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, recebeu uma homenagem da Assembleia Legislativa de São Paulo, ao lado do governador Tarcísio de Freitas, aliado de Jair Bolsonaro.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o BC se rende à especulação exagerada do mercado.
– Não há justificativa técnica, econômica ou mesmo moral para manter a taxa básica de juros em 10,5%, quando nem a mais exagerada especulação coloca em risco a faixa da meta de inflação. E não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a gestão do BC ganhará credibilidade, nem hoje nem nunca.
Para o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), o resultado era esperado e que o BC aponta uma política contracionista, mas que o governo não pode sacrificar os programas sociais. Para ele, há cortes que podem ser feitos nos benefícios fiscais.
– O que eu sei é que a chamada taxa de juros neutra é de 8,5%, então quando você mantém ela em 10,5% você aponta para uma política contracionista. O presidente está sempre preocupado com isso. Porém, as despesas não vêm só do Executivo, há diversas despesas que são despesas tributárias, como dizem. Estes são alguns. O presidente já me deixou claro, cortar gastos está tudo bem, só não vou cortar gastos em cima dos gastos sociais.
Longo prazo
Para membros da equipe econômica do governo, a decisão do Copom foi “precisa e correta” e a unanimidade indica isso.
Economistas do governo ainda defendem que a taxa de juros de longo prazo ainda é mais baixa, o que facilita os investimentos. Para eles, não faz sentido forçar uma queda nas taxas de juro agora, no curto prazo, criando insegurança e conduzindo a um aumento das taxas de juro no futuro.
Para os parlamentares da oposição, a decisão do Copom reflete o momento de instabilidade do governo.
— Isso não me surpreende nem um pouco. Um país que caminha para uma crise económica aguda. Inflação crescente, quem está na gôndola do supermercado sabe disso. Como reduzir as taxas de juros numa situação de irresponsabilidade governamental? — disse o líder do PL, Carlos Portinho (PL)
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