Um navio de cruzeiro resgatou 68 migrantes que estavam à deriva num barco, no qual também morreram cinco pessoas, a sul do arquipélago espanhol das Ilhas Canáriasinformou a operadora do navio e os serviços de resgate espanhóis nesta quinta-feira (20).
A embarcação foi avistada na tarde de quarta-feira a 440 milhas (815 quilómetros) a sul da ilha de Tenerife, onde um navio de passageiros tinha desviado e resgatado “68 pessoas (…) além de três mortos”, informou a Salvamento Marítima em comunicado.
O navio de cruzeiro que resgatou os 68 migrantes subsaarianos, incluindo três mulheres e três crianças, chama-se Insignia, navio da empresa americana Oceania Cruises, com capacidade para 670 pessoas, que fazia uma viagem de 180 dias à volta do mundo .
Os migrantes foram “levados a bordo para receberem assistência médica e comida, bebida, roupa e um local seguro para descansar”, disse à AFP um porta-voz da Oceania Cruises, informando que o Insignia deveria chegar a Tenerife, nas Ilhas Canárias, na sexta-feira. manhã.
Segundo dados do Ministério do Interior, desde o início do ano 18.977 migrantes chegaram às Ilhas Canárias por via marítima em 290 barcos, contra 5.914 que chegaram em 126 barcos no mesmo período do ano passado.
Em 2023, quase 40 mil migrantes chegaram ao arquipélago ao largo da costa do Norte de África, em comparação com 15.600 em 2022, superando o recorde estabelecido em 2006.
A Espanha é uma das três principais portas de entrada europeias para a imigração, ao lado da Itália e da Grécia.
A rota migratória atlântica é particularmente perigosa pelas fortes correntes, mas também pelas embarcações precárias, muitas vezes sobrecarregadas e sem o equipamento necessário para as viagens em alto mar.
Apesar dos problemas, a rota ganhou popularidade porque é menos monitorada que as rotas do Mar Mediterrâneo.
Muitos barcos – na sua maioria longos navios de pesca de madeira – partem de portos de Marrocos, do Sahara Ocidental ou da Mauritânia, mas também de países mais remotos e meridionais, como a Gâmbia e o Senegal.
Mais de 5.000 migrantes morreram nas tentativas de chegar a Espanha por via marítima nos primeiros cinco meses do ano – a grande maioria na rota para as Ilhas Canárias -, o que equivale a 33 mortes por dia, informou na semana passada a ONG espanhola Caminhando Fronteiras. , que calculou os dados após uma análise “exaustiva” das rotas migratórias para Espanha.
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