Por Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) – A bolsa de energia N5X inicia nesta quinta-feira as atividades de sua plataforma de comercialização de energia elétrica no Brasil, dando início a um plano de longo prazo que prevê oferecer a negociação de contratos de energia em tela, produtos financeiros e até a estruturação de um câmara de compensação para este mercado.
À Reuters, o CEO da N5X, Dri Barbosa, afirmou que a negociação dos contratos de energia elétrica em tela poderá começar em 2025, enquanto as aprovações regulatórias da CVM e do Banco Central para títulos e compensações deverão ocorrer a partir de 2026.
Joint venture entre um fundo apoiado pela B3 (BVMF:) e a Nodal Exchange, bolsa de derivativos da Bolsa Europeia de Energia (EEX) alemã, a N5X começou a operar em outubro do ano passado, quando iniciou conversas com agentes do setor elétrico brasileiro para projetar seus primeiros produtos de comercialização de energia.
A plataforma inaugurada esta quinta-feira começa com a oferta de faturas para formalizar contratos bilaterais de compra e venda entre empresas.
A maior parte das vendas de energia no mercado livre brasileiro, em transações no valor de vários bilhões de reais, são feitas de forma não digital, até mesmo por telefone. A formalização desses contratos é um passo importante para as grandes empresas, que buscam simplificar e trazer mais segurança às suas operações.
A conta de energia é um produto que já existe no mercado brasileiro, mas foi reformulado pela N5X para atender novas necessidades e exigências dos agentes, como novos tipos de garantias e facilitadores para inclusão de cláusulas específicas nos contratos, afirmou o presidente da bolsa.
Segundo Barbosa, a N5X não está preocupada neste momento com o futuro volume de transações na plataforma – que já conta com mais de 160 empresas cadastradas, entre elas Casa dos Ventos, Copel (BVMF:), Raízen (BVMF:), Assaí ( BVMF:) Atacadista e trading Danske–, mas sim com a oferta de um produto que atenda ao que o mercado exige.
Ela lembrou que o Brasil já registra uma quantidade significativa de operações de comercialização de energia elétrica, com um giro de mercado de 4,27 vezes (volume de energia negociada em contratos em relação ao consumo).
“Não estamos preocupados (com projeções para a plataforma), neste primeiro momento estamos focados em garantir que a nossa solução seja a melhor para o mercado, se conseguirmos trazer essa solução, acreditamos que o mercado irá adotá-la”.
A bolsa aposta no aumento da liquidez do mercado brasileiro no médio e longo prazo, para um giro de até 10 vezes, com novos produtos que podem ser ofertados, como derivativos de energia, e com a estruturação de uma câmara de compensação como uma contraparte central, reduzindo os riscos de crédito.
Para 2025, a N5X está trabalhando em mecanismos que permitam que a própria negociação do contrato ocorra em sua plataforma. Uma das frentes será oferecer solicitações de cotações (RFQ) para compra de energia elétrica – processo que hoje geralmente é feito manualmente, por meio de e-mails entre empresas, e está sujeito a erros.
“Tem empresas que só operam via RFQ. E hoje querem evoluir o negócio, poder levar isso para a tela, para um processo digitalizado, mais complacente.”
“E trazendo a negociação na tela, a empresa faz o pedido de compra e venda e faz o matchmaking das ofertas, fazendo com que a negociação ocorra dentro da plataforma”, acrescentou Barbosa, ao comentar sobre outro produto previsto para o próximo ano.
PRODUTOS FINANCEIROS E “CORRETORES”
Paralelamente, o N5X inicia os preparativos para solicitar aprovações regulatórias para operar produtos financeiros, como opções e swaps, que não envolvem entrega física do produto de energia elétrica, e também para se tornar uma câmara de compensação.
“O melhor cenário é que possamos ser aprovados pelos reguladores (CVM e Banco Central) em 2026.”
O setor elétrico brasileiro apresenta tendência de aproximação com o mercado financeiro, tendo passado nos últimos anos a trabalhar com derivativos de energia, instrumentos que funcionam como “hedge” contra oscilações de preços de um insumo fundamental para indústrias e grandes empresas.
Apesar de iniciativas como a plataforma eletrónica BBCE para incentivar os derivados de energia, o volume negociado nestes produtos financeiros de energia continua limitado.
A avaliação, segundo N5X, é que a criação de uma contraparte central será essencial para reduzir riscos, aumentar a liquidez e atrair novos agentes para o Brasil.
Demetri Karousos, presidente e diretor operacional da Nodal Exchange, afirma que o mercado energético brasileiro hoje é muito parecido com o norte-americano de 20 anos atrás.
Para ele, a chegada de uma câmara de compensação ao Brasil deverá permitir mais sofisticação nas transações, atraindo até o trabalho de “corretores de voz”, figura comum no comércio de energia dos EUA, que atuam como agentes neutros nas negociações, conectando apenas compradores e vendedores de energia. .
“Quando há uma gestão de risco adequada e um ambiente de ‘compensação’, os prémios (de preços) caem, a liquidez aumenta, os compradores e vendedores obtêm melhores preços para o que pretendem transacionar e o risco global é reduzido. . ganha-ganha, com volumes aumentando.”
Dri Barbosa afirma que a N5X tem conversado com diversos agentes internacionais, inclusive corretores, e há “muito apetite” para entrar no mercado brasileiro.
“Mas muitos deles não estão dispostos a operar risco bilateral, risco de crédito, estão habituados a operar mercados que têm uma contraparte central”.
“Eles estão esperando, neste momento estão criando o ‘business case’, com base nas informações que fornecemos sobre o tamanho e a oportunidade do mercado, para vir para o Brasil quando for um mercado com compensação.”
(Por Letícia Fucuchima)
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