A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de cortes da taxa Selic, taxa básica de juros da economia, recebeu críticas de políticos e do setor produtivo. Na sua avaliação, a manutenção das taxas de juro em 10,5% ao ano prejudica a recuperação económica.
Em postagem na rede social X (antigo Twitter), a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR), classificou a decisão do Copom como injustificada. “Não há justificativa técnica, econômica e muito menos moral para manter a taxa básica de juros em 10,5% [ao ano], quando nem a especulação mais exagerada coloca em risco a faixa da meta de inflação. E não será fazendo o jogo do mercado e dos especuladores que a liderança do BC ganhará credibilidade, nem hoje, nem nunca”, criticou o parlamentar.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom foi inadequada e excessivamente conservadora. Na terça-feira (18), a CNI havia pedido ao BC que continuasse cortando os juros básicos da economia. Segundo a entidade, a decisão apenas imporá restrições adicionais à actividade económica, com impactos negativos no emprego e no rendimento, sem que a situação inflacionista exija tal sacrifício.
“A manutenção da taxa de corte da Selic seria correta, pois contribuiria para mitigar o custo financeiro suportado pelas empresas e pelos consumidores, sem prejudicar o controle da inflação”, defendeu, em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) afirma que a manutenção da taxa básica de juros pelo Copom em patamares elevados reflete uma postura cautelosa diante da inflação, que está em patamar baixo para os padrões brasileiros.
Segundo a Abimaq, o actual nível de interesse levanta preocupações significativas sobre os efeitos adversos sobre o crescimento económico. Com a taxa Selic permanecendo elevada, o custo do crédito continua a exercer pressão negativa sobre o setor produtivo, desestimulando investimentos essenciais para o desenvolvimento sustentável do país. Esta política acaba por restringir a capacidade de recuperação económica, prejudicando a criação de empregos e a competitividade das empresas brasileiras”, acrescenta a associação.
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informou que parte do mercado aguarda a manutenção da taxa, mas alertou para os efeitos dos juros elevados no nível da atividade doméstica.
“Já era uma decisão aguardada pelo mercado, porém, o que estamos observando é que poderá ter um efeito negativo, principalmente no consumo das famílias, considerando que temos atualmente uma das maiores taxas de juros reais do mundo. Nossa preocupação é que a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano, interrompendo o ciclo de queda, possa prejudicar tanto o investimento quanto o consumo das famílias”, alertou o economista-chefe da Apas, Felipe Queiroz.
A decisão do Copom preocupa a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em linha com os demais setores produtivos do país, a instituição afirma que “este é um movimento equivocado, pois ainda haveria espaço para uma redução de 0,25 ponto nesta reunião”.
A estabilização da Selic gera um cenário de menor atratividade para o crédito e, consequentemente, para o setor de comércio e serviços, pois a tendência é que as famílias reduzam sua taxa de consumo. Além disso, “o freio à queda da Selic provoca prejuízos no setor comercial com o aumento do custo do financiamento às empresas, o que prejudica o desenvolvimento do país como um todo”, avalia a CNC.
centrais sindicais
A manutenção dos juros básicos também recebeu críticas dos sindicatos. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a medida boicota a economia e aprofunda a pesada carga de juros sobre o governo e a população.
“Usar o argumento de preparação para expectativas futuras de inflação mais elevada é uma falácia. Manter a taxa Selic elevada é proibitivo ao crescimento econômico e apenas reafirma que o órgão está suscetível às pressões do mercado financeiro e, assim, desvia suas responsabilidades para o país”, destacou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Financeiros (Contraf-CUT). ) e a vice-presidente da CUT, Juvandia Moreira. Ela destacou que a inflação está controlada e as justificativas do Copom são falhas e prejudicam diretamente o aumento dos níveis de emprego, uma das obrigações do BC.
A Força Sindical classificou a decisão como “desastrosa”. Em nota, o presidente da entidade, Miguel Torres, disse que o Banco Central frustra os trabalhadores e se curva aos especuladores, beneficiando os rentistas.
“As altas taxas de juros sangram o país e inviabilizam o desenvolvimento, restringindo o enorme potencial de crescimento do Brasil, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros. Enquanto isso, os banqueiros obtiveram lucros de R$ 26 bilhões somente no último trimestre. A redução dos juros é essencial para a retomada do crescimento sustentável, com a inclusão dos trabalhadores na economia para além da mera subsistência”, destacou Torres.
*Texto ampliado às 20h17 para incluir posicionamento CNC
*Douglas Corrêa, do Rio de Janeiro, colaborou
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