SÃO PAULO (Reuters) – O presidente executivo do Itaú Unibanco (BVMF), Milton Maluhy Filho, afirmou nesta quarta-feira que “tudo nos leva a acreditar” que o banco pagará dividendos extraordinários aos acionistas referentes ao exercício de 2024.
“Olhando as informações que temos hoje, tudo nos leva a acreditar que vamos fazer mais um pagamento extraordinário”, disse o executivo durante o evento online Itaú Day.
“Vejo com alto grau de convicção que isso deveria acontecer e deveríamos anunciá-lo até o final do ano”.
Maluhy Filho afirmou que os valores serão decididos posteriormente, pois o banco terá todos os dados necessários e mais segurança e confiança nos números. “Mas certamente o nosso objetivo não é ter capital acima de um certo limite”, disse ele.
No exercício financeiro do ano passado, o Itaú pagou 21,5 bilhões de reais em juros sobre capital próprio e dividendos, dos quais 11 bilhões de reais representaram dividendos adicionais.
O executivo afirmou ainda estar confiante de que o guidance da carteira de crédito para o ano será alcançado, ainda que o desempenho do primeiro trimestre em termos anualizados tenha ficado abaixo das previsões do banco.
“Continuamos a acreditar que entregaremos a orientação de crescimento da carteira, que é um crescimento bastante robusto, dada a dimensão da oportunidade e os desafios macro que existem, especialmente com os custos de crédito a cair nominalmente”, afirmou.
A orientação do Itaú para o ano em curso é de expansão de 6,5% a 9,5% na carteira total de crédito. No primeiro trimestre, porém, o crescimento foi de apenas 2,8% ano a ano — ou 5,6% excluindo a variação cambial.
O CEO destacou que o banco não desistirá de crescer com qualidade. “Não queremos ter ciclos de curto prazo em que apresentemos um crescimento vertiginoso, mas depois passamos dois, três anos explicando o custo do crédito, a margem financeira líquida”.
Ao comentar a concorrência no setor, Maluhy Filho avaliou que o Itaú está em um “momento muito, muito bom”, em que tem conseguido competir em igualdade de condições, não deixando nada a desejar a nenhum concorrente.
“O banco está muito bem posicionado, conseguimos competir em todos os negócios com muita ênfase, com muita qualidade, entregando valor e criando valor para os accionistas”, afirmou, reconhecendo, no entanto, que “há pessoas a fazer coisas muito boas no mercado” e que o banco precisa “estar atento a isso”.
(Por Paula Arend LaierEdição de Eduardo Simões)
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