A Receita Federal apreendeu 25 fetos de lhama empalhados, nesta terça-feira (18), no Posto de Fiscalização de Lampião Aceso, localizado na BR-262, em Corumbá, município localizado a 416 quilômetros de Campo Grande.
Conforme noticiado pela mídia local, os animais seriam levados para São Paulo e vendidos por R$ 500 cada.
Na ocasião, também foram apreendidas duas toneladas de mercadorias irregulares, sem documentação fiscal, que seriam revendidas em São Paulo.
Esta é a terceira apreensão de lhamas do ano e a segunda apenas em junho, no Mato Grosso do Sul, na fronteira Brasil/Bolívia.
Conforme relatado por Correio EstadualO primeira convulsão ocorreu no dia 31 de maio, quando foram coletados 150 fetos de lhama, e o segundo em 7 de junho de 2024, quando foram apreendidos 25 fetos.
Uma crença, defendida principalmente pelos povos indígenas bolivianos, faz com que as famílias enterrem um feto de lhama sob suas novas casas como forma de atrair proteção, saúde e boa sorte.
Mas, pelo que se observa, essa crença também chegou ao Brasil e passou a ser cultuada pelos brasileiros.
LAMA
A lhama é um mamífero ruminante, do mesmo ancestral que deu origem às alpacas. Na América do Sul, esses animais podem ser encontrados no território andino, acima dos 3 mil pés de altitude, nas regiões da Bolívia, Peru, Argentina, Bolívia e Chile.
Vive em todos os países localizados na Cordilheira dos Andes, pois se adaptam bem à altitude – onde o ar é rarefeito – e às baixas temperaturas.
Existe uma crença, principalmente entre os povos indígenas bolivianos, de que as famílias deveriam fazer uma oferenda à deusa andina Pachamama, a mãe terra, enterrando um feto de lhama sob suas novas casas, como forma de atrair proteção, saúde e boa sorte.
O período de gestação das lhamas dura cerca de 360 dias, e a fêmea geralmente dá à luz um único filhote. Os filhotes pesam em média 10 quilos. Eles são amamentados por até quatro meses e as fêmeas cuidam dos filhotes até completarem um ano de idade.
Segundo a Receita Federal, as lhamas em seu habitat natural são obrigadas a abortar seus fetos, o que permite que cada uma produza de 3 a 4 filhotes por ano.
Como há comércio tanto de fetos empalhados como mumificados, existe até risco de extinção da espécie em algumas regiões bolivianas.
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