A delação premiada do ex-funcionário municipal de Sidrolândia, Tiago Basso da Silva, revela o suposto esquema de corrupção, em que mais de uma empresa venceu licitações para realizar serviços ou entregar materiais que nunca foram realizados em Sidrolândia.
O esquema de corrupção, segundo o ex-funcionário que atuou como chefe do setor de compras, seria comandado por Claudinho Serra, que foi secretário da Fazenda de Sidrolândia entre dezembro de 2021 e maio de 2023.
A função de Tiago Basso, em linhas tênues, foi atuar como facilitador de acesso às licitações do esquema, que gerou cerca de R$ 100 mil.
Durante a delação premiada feita aos procuradores do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em que Tiago Basso relatou sua atuação no esquema de corrupção de facilitação de pagamento de faturas pelo dobro do valor de coisas que nem foram entregues.
Como funcionou o esquema?
As licitações anunciavam a venda de empresas – esquemas fraudulentos –, algumas prestando serviços, recebendo dinheiro público para realizar a obra que não foi entregue. Em vez disso, os valores foram pagos mensalmente, sendo 10% recolhidos pelo ex-servidor Tiago Basso, a mando de Claudinho Serra.
As licitações não giravam em torno da entrega do produto ou serviço para o qual teria sido contratada a empresa vencedora da licitação, segundo o ex-funcionário do suposto comando de Claudinho Serra, as empresas recebiam dinheiro público e pagavam mensalmente.
“A licitação passou a ser, não ganhar o item. ‘Vou entregar papel higiênico ou vou entregar areia na prefeitura’, mas sim, ganhar valores”, explicou o ex-servidor Tiago e completou:
“Vou te dar um exemplo, se o Cláudio Serra precisasse de alguma coisa ou de dinheiro ou de algum item, comprando uma telha, sei lá, de um poste de madeira para a fazenda dele, ele compra daí que o Ricardo [José Ricardo Racamora] acerta e vamos pagá-lo com nota da prefeitura.”
O ex-servidor se refere a José Ricardo Rocamora, que trabalhava em compras e a nota foi entregue a Tiago. “Se o preço de compra fosse R$ 10 mil [na loja de Racamora] Tive que emitir um compromisso no valor de R$ 20 mil, o dobro.”
No esquema, Tiago explicou em seu depoimento que Ricardo participou porque ganhou uma licitação fraudulenta com o município de Sidrolândia.
10% das empresas
Enquanto atuava como secretário da Fazenda, conforme relatou o ex-funcionário, foi cobrado um percentual de 10% sobre tudo o que as empresas participantes do esquema tinham que pagar mensalmente.
“O dinheiro da empresa voltou em espécie. A maioria das empresas [o dinheiro] devolvido em espécie.”
Além disso, segundo depoimento do ex-servidor, a cobrança foi feita pessoalmente, que foi conversar com o dono das empresas. Já nos contratos de valores mais elevados envolvendo obras, o pagamento foi feito diretamente no escritório de Claudinho Serra com seu assessor Carmo Name.
“De Campo Grande [Carmo Name trabalhava com Claudio Serra] como ele era candidato a vereador, quando era secretário de Esportes, aí veio para Sidrolândia junto com o Cláudio. [O papel dele] era procurar dinheiro com empresas. A Cargo Name pegou esse dinheiro. No começo aprendi com ele.”
Após dizer que tomou conhecimento de Carmo Name, o ex-servidor relatou que foi incumbido de receber valores considerados menores de empresários que variam entre R$ 5 mil ou R$ 10 mil.
A obtenção de vantagem foi muito além de 10%, incluindo supostos benefícios pessoais; nessas situações, foi pago o dobro do valor.
“O Cláudio falou: Tiago, preciso de R$ 8 mil até quinta. Quem vai resolver? Eu ia direto para o Ricardo: ‘Ricardo, preciso de R$ 8 mil até quinta’. [Ele respondia] Legal Tiago, me dê R$ 16 mil de compromisso e eu te dou R$ 8 mil de emprego.”
“Não foram só os 10% que ele recebeu. Os 10% eram uma mensalidade fixa, havia valores que eram arrecadados de acordo com a necessidade dele”.
Ao ser questionado sobre a época do esquema, Tiago relatou que desde que entrou na Prefeitura de Sidrolândia ele existia, mas na gestão de Vanda Camilo (PP) teve atuação maior.
“Muito mais forte no governo da Vanda. Mas esse esquema, desde que entrei na prefeitura em 2019, já existia, em menor escala, mas existia. a documentação estava correta. Nas primeiras notas que chegavam, comecei a questionar os produtos comprados exageradamente e que não vi serem entregues. Foi aí que me foi apresentado ‘isso era para pagar tal coisa, era para. compre tal coisa’, um ar condicionado que foi instalado em tal e tal lugar”. Você pagou pela manutenção feita por aquele cara, então você não mexe nisso, não mexe na nota que foi feita.”
Operação Tromper
A operação “Tromper” teve três fases e, na terceira, o vereador destituído Claudinho Serra foi preso; Thiago Alves, ex-assessor do parlamentar e Edmilson Rosa, mais conhecido como Rosinha.
Na segunda fase, as ações policiais envolveram prisões, conforme noticiou o Correio do Estado, quando dois empresários e dois funcionários municipais foram presos.
Tiago Basso da Silva, ex-chefe do setor de execução de contratos e fiscalização do município, foi um dos funcionários presos, sendo outro o comissário identificado como César Bertoldo, que atua na área de licitações da prefeitura.
Ainda assim, depois primeira ação da Operação Tromper, a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP) – sogra de Claudinho Serra – disse estar acompanhando os acontecimentos, afirmando o dever de “zelar pela integridade, transparência e legalidade de todas as ações realizadas sob sua gestão”.
“Por esse motivo, aguardaremos o desfecho da operação para adotarmos as medidas necessárias e prestarmos os devidos esclarecimentos à população, de forma responsável e imparcial”, disse o prefeito na nota.
** Alanis Netto colaborou
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