A quarta e última reunião do Grupo de Trabalho de Infraestrutura (GTI) da presidência brasileira do G20 terminou nesta terça-feira (1º). A reunião de chefes de Estado e de Governo do grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Africana e a União Europeia, será realizada em novembro, no Rio de Janeiro.
O coordenador do GTI, Marden Barboza, disse que nesta última reunião os membros tentaram encerrar as discussões em torno das entregas restantes da presidência brasileira. Ao longo do ano, o grupo de trabalho discutiu quatro prioridades. A primeira foi como financiar infra-estruturas resilientes às alterações climáticas, cujo documento foi concluído na reunião de Junho e já foi aceite pelos Ministros das Finanças. Nesta última reunião foram trabalhados os restantes três documentos.
“Os resultados foram muito positivos. As delegações acolheram favoravelmente as recomendações apresentadas. Tivemos três relatórios que estão próximos de serem finalizados. Faltam pequenos ajustes técnicos. É um grupo que trabalha por consenso. Recebemos algumas sugestões de ajustes e esperamos concluir esses relatórios nos próximos dias. Esses relatórios serão levados ao conhecimento dos Ministros da Fazenda na reunião que será realizada nos dias 22 e 23 de outubro, em Washington, para serem referendados”, disse Barboza.
Segundo o coordenador do GTI, a segunda prioridade são as infra-estruturas e a redução da pobreza, ou seja, como podem ser criados mecanismos de fornecimento de infra-estruturas que sejam inclusivos.
“Tendemos a olhar para a infraestrutura do lado da oferta. Precisamos de criar autoestradas e ligações elétricas, mas durante a nossa presidência procurámos uma abordagem diferente. Do lado do usuário, como você garante que essa pessoa realmente tenha acesso? Não adianta ter um serviço de ônibus que pára na porta do trabalhador se ele não tem dinheiro para comprar a passagem. Discutimos como os governos e os bancos multilaterais podem colaborar para encontrar soluções que abordem esta questão do acesso”, explicou.
A terceira prioridade é a mitigação do risco cambial nos investimentos em infra-estruturas. “Os investidores estrangeiros enfrentam frequentemente um desafio quando investem em países com elevada volatilidade cambial, que é a situação geral na maioria dos países em desenvolvimento. Sempre existe o risco de que se você investir no país haja uma desvalorização da moeda, e que no final do processo você acabe perdendo por conta da volatilidade cambial. O investidor trabalha com um grande volume de recursos e se preocupa com isso. Tentamos trazer algumas soluções que possam mitigar esse risco. A ideia é que os países sejam mais atrativos para os investidores estrangeiros nos países em desenvolvimento”, disse Barboza.
A quarta prioridade é o financiamento de infra-estruturas nas regiões fronteiriças. “Esse é sempre um grande desafio. Os países têm frequentemente incentivos assimétricos, mas a conta precisa de ser dividida igualmente. Como viabilizar esses empreendimentos? Como você lida com instrumentos regulatórios que são situações políticas diferentes? Trabalhamos nessa prioridade para tentar pensar em algumas recomendações bem direcionadas aos bancos de desenvolvimento que possam destravar investimentos em regiões fronteiriças”, disse o coordenador.
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