A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) deve investigar o abandono e a falta de apoio de candidatas por parte de seus partidos. A situação dos “candidatos invisíveis” foi revelada pela Globo, que mostrou que até a última sexta-feira, dois em cada três candidatos a vereador no país não haviam recebido recursos de seus partidos para as eleições municipais do próximo domingo.
A interlocutores, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que também é titular da PGE, afirmou que entende que a situação é complexa e que nestes casos os candidatos acabam sendo vítimas de uma prática realizada apenas para atender a cota de 30% para mulheres.
Segundo pessoas próximas a Gonet, a questão seria encaminhada ao vice-procurador-geral-eleitoral, Alexandre Espinosa, para acompanhamento.
Raquel Branquinho, que coordena o grupo de trabalho de combate à violência política de gênero no Ministério Público Federal, afirma que o cenário revelado pela Globo foi analisado e que o maior obstáculo para o incentivo às mulheres na política são os próprios partidos, apesar da legislação existente .
O procurador regional da República diz ainda que a aprovação da PEC da Anistia, que isentou siglas de multa por descumprimento de multas sobre cotas raciais e de gênero, foi um grande retrocesso.
—Temos um certo nível de legislação, mas há outros países que tratam o sistema de forma mais adequada. Temos pouca vontade política e boicotes sistemáticos dos partidos ao longo do tempo a essas políticas, o que praticamente resultou em regras de anistia”, disse Branquinho ao GLOBO.
A Globo mostrou a situação das mulheres que se inscrevem nas eleições para cumprir a obrigação legal de ter pelo menos 30% de candidatas mulheres, mas ficam à própria sorte.
A saga desses candidatos que tentaram, sem sucesso, viabilizar suas campanhas foi acompanhada pelas reportagens do GLOBO nos últimos dois meses. Alguns deles queixam-se da falta de apoio e de recursos suficientes para se tornarem representantes das suas cidades. Outros, confrontados com dificuldades, ameaçam desistir da corrida eleitoral.
O descompasso no investimento em campanhas entre homens e mulheres reflecte a sua baixa representatividade na política. Nas eleições deste ano, as candidatas representam 34% das inscrições, a maior proporção dos últimos 24 anos, mas ainda longe dos 51,5% que representam na população do país.
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