O diabetes é uma condição que afeta silenciosamente milhões de brasileiros, transformando o dia a dia de quem convive com a doença. Apesar de sua alta prevalência, muitas dúvidas e mitos ainda cercam essa condição metabólica, que pode surgir de forma inesperada e silenciosa.
Compreender seus sintomas, tipos e formas de prevenção pode ser o passo decisivo para evitar complicações graves e melhorar a qualidade de vida. E é exatamente aí que entramos, trazendo informações fundamentadas e essenciais sobre o diabetes, indo além dos números e explorando o que realmente importa: como prevenir e lidar com essa doença.
O que é diabetes?
Diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (níveis elevados de glicose no sangue), resultantes de defeitos na secreção de insulina, na ação da insulina ou em ambos. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima que cerca de 20 milhões de pessoas tenham diabetes no Brasil.
“Neste ponto é importante lembrar que a insulina é o hormônio responsável por ajudar a glicose a entrar nas células para ser utilizada como energia. Quando o corpo não produz insulina suficiente ou não a utiliza de forma eficaz, a glicose se acumula no sangue, levando ao diabetes”, explica a nutricionista Cibele Spinele, especialista na área.
Tipos de diabetes
Existem vários tipos de diabetes. Eles são:
- Diabetes tipo 1
- Diabetes tipo 2
- Diabetes gestacional
- Diabetes infantil
- Pré-diabetes
Sintomas de diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 ocorre quando o corpo não produz insulina. O quadro é caracterizado como uma doença autoimune, sendo mais comum em crianças e adolescentes, mas pode surgir em qualquer idade. Segundo uma nutricionista, os sintomas do diabetes costumam aparecer rapidamente e incluem:
- Sede intensa e micção frequente;
- Fome extrema, mesmo comendo regularmente;
- Perda de peso inexplicável;
- Fadiga excessiva e visão turva.
Em alguns casos, o primeiro sintoma pode ser uma doença grave chamada cetoacidose diabética. Essa complicação faz com que o corpo produza ácidos sanguíneos (cetonas). Esse problema ocorre quando não há insulina suficiente no corpo. Também pode ser desencadeada por uma infecção ou outras doenças.
Diabetes tipo 2
“O diabetes tipo 2 geralmente se desenvolve lentamente e é mais comum em adultos, mas também pode ocorrer em jovens com sobrepeso”, descreve Spinele.
Os sintomas podem ser mais leves e aparecer gradualmente, como:
- Sede e micção frequentes;
- Aumento do apetite;
- Fadiga constante;
- Infecções frequentes, como infecções de pele e infecções bucais;
- Dificuldade na cicatrização de feridas.
O que é pré-diabetes?
Outra tipificação da doença é o pré-diabetes. Segundo o médico, é uma condição em que os níveis de glicose no sangue estão acima do normal, mas ainda não estão altos o suficiente para ser diagnosticado como diabetes tipo 2.
“É importante lembrar que pessoas com pré-diabetes correm maior risco de desenvolver diabetes e doenças cardiovasculares. No entanto, mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e atividade física, podem ajudar a reverter o quadro”, afirmou.
Sintomas de diabetes gestacional
O diabetes gestacional ocorre durante a gravidez, geralmente detectado entre a 24ª e a 28ª semana e, na maioria dos casos, não apresenta sintomas perceptíveis.
“No entanto, em algumas mulheres pode ocorrer aumento da sede e da micção. É importante que as gestantes realizem exames de glicemia durante o pré-natal para identificar e tratar o diabetes gestacional, evitando complicações tanto para a mãe quanto para o bebê”, alerta a nutricionista.
Esse diabetes, segundo a profissional, é um dos mais particulares, pois os sintomas variam entre os pacientes.
“Os sintomas do diabetes podem variar muito de uma pessoa para outra, dependendo do tipo de diabetes e da resposta individual do corpo. Em alguns casos, especialmente no diabetes tipo 2, uma pessoa pode não apresentar sintomas perceptíveis por muito tempo. Os sintomas geralmente aparecem quando o diabetes já está descompensado”, descreve.
Importância do diagnóstico precoce do diabetes
Segundo o médico e a OMS (Organização Mundial da Saúde), o diagnóstico precoce do diabetes é essencial para prevenir complicações graves a longo prazo, como doenças renais, problemas nervosos, perda de visão e doenças cardiovasculares.
“Controlar os níveis de glicose no sangue o mais cedo possível pode melhorar significativamente a qualidade de vida e prevenir danos aos órgãos”, ressalta.
Neste ponto, a questão central passa a ser: Afinal, quando devemos procurar ajuda de um médico? Segundo o profissional, pelo menos uma vez por ano.
“Deve-se consultar um médico pelo menos uma vez por ano para acompanhamento clínico e exames laboratoriais. E, se você apresentar sintomas como sede intensa, micção frequente, fome excessiva, cansaço constante, ou se tiver algum fator de risco, como histórico familiar de diabetes, excesso de peso ou obesidade, o ideal é fazer essa avaliação O mais breve possível. São recomendados exames regulares de glicemia, principalmente em pessoas com fatores de risco”, ensina.
Fatores de risco e prevenção
Segundo a OMS, os fatores de risco mais comuns para diabetes incluem:
- História familiar de diabetes;
- Excesso de peso ou obesidade;
- Falta de atividade física;
- Pressão alta e níveis elevados de colesterol;
- Diabetes gestacional anterior.
“Para prevenir o diabetes é importante adotar hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de exercícios e manutenção de um peso saudável”, finaliza a médica.
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