Google e Samsung são acusadas de conluio por Epic Games, criadora da Fortnite

A Epic Games expandiu sua luta antitruste contra a Alphabet, controladora do Google, acusando a gigante da tecnologia de conspirar com a Samsung Electronics para bloquear empresas de aplicativos concorrentes por meio de configurações padrão em dispositivos móveis vendidos em todo o mundo.

A Epic, fabricante de jogos Fortnite, venceu um julgamento com júri no ano passado por alegações de que o Google monopolizou a distribuição de aplicativos em dispositivos Android, e um juiz planeja ordenar correções para aumentar o acesso e a concorrência.

Em uma ação movida na segunda-feira no tribunal federal de São Francisco, a Epic alega que o Google está agora tentando preservar seu domínio de mercado com a ajuda da Samsung, a maior fabricante mundial de smartphones Android.

De acordo com o processo, em julho a Samsung disse que todos os seus telefones terão uma configuração padrão para um programa projetado para impedir software malicioso, mas que também bloqueará downloads de aplicativos Android que competem com a Google Play Store e a Samsung Galaxy Store. , incluindo aqueles lançados este ano pela Epic, Microsoft e outras empresas. Com a nova ação, a Epic busca impedir supostas condutas anticompetitivas e danos não especificados.

‘Segurança’ e ‘Controle de Usuário’

A Epic entrou com o novo processo para impedir o Google de “anular sua tão esperada promessa de concorrência no mercado de distribuição de aplicativos Android”, de acordo com a denúncia.

Procurada pela reportagem, a Samsung afirmou que “incentiva ativamente a concorrência no mercado” e “amplia a escolha do consumidor”. Os recursos integrados em seus dispositivos “são projetados de acordo com os princípios básicos de segurança, privacidade e controle do usuário da Samsung, e continuamos totalmente comprometidos em proteger os dados pessoais dos usuários. Os usuários têm a opção de desativar o Bloqueador Automático a qualquer momento”, disse um porta-voz em comunicado, referindo-se a um recurso de segurança no centro da disputa.

“Planejamos contestar vigorosamente as alegações infundadas da Epic Games”, disse Samsung.

Um representante do Google se recusou a comentar o processo.

Em dezembro, um júri concluiu que as taxas e práticas do Google Play sufocam a concorrência. Agora, o juiz distrital dos EUA, James Donato, que presidiu o julgamento, deve decidir sobre as mudanças nas políticas do Google Play. Seu pedido poderia desestabilizar a economia dos aplicativos móveis e acabar custando bilhões de dólares em receitas à gigante da tecnologia.

Durante o julgamento no ano passado, a Epic apresentou evidências mostrando que o Google firmou acordos com a Samsung para manter o domínio da Play Store, que está incluída na tela inicial de todos os telefones Android fora da China. A Epic afirma que a Play Store é responsável por cerca de 80% de todos os aplicativos Android baixados, excluindo a China.

‘Neutralizar’ ameaças competitivas

A Epic afirma que o Google agora está trabalhando com a Samsung para “anular” as decisões de Donato, antes mesmo de o juiz tomar uma decisão.

“Quando confrontado com a ameaça destas soluções e a entrada iminente de concorrência significativa da Epic, Microsoft e outros, o Google apelou ao seu colaborador de longa data, Samsung, para neutralizar estas ameaças competitivas e renovar a proteção da Play Store contra a concorrência”, disse Epic. disse no processo.

Antes de julho, o recurso Auto Blocker da Samsung era uma opção que os usuários podiam ativar para se protegerem contra software malicioso. Agora é uma configuração padrão, deixando a Play Store e a Samsung Galaxy Store como as únicas “fontes autorizadas” para downloads de aplicativos, disse a Epic.

“O Auto Blocker praticamente garante a consolidação do domínio do Google sobre a distribuição de aplicativos Android”, afirmou a Epic no processo.