Sogro de Lady Di, empresário Mohamed Al Fayed é alvo de 60 denúncias por agressões sexuais

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Cerca de 60 mulheres alegaram ter sido abusadas sexualmente pelo ex-proprietário do Harrods, Mohamed Al-Fayed, disseram seus advogados na sexta-feira.

“A resposta foi simplesmente esmagadora… Podemos confirmar que agora representamos 60 sobreviventes como parte da nossa ação, com mais por vir”, afirmaram os advogados num comunicado.

Os profissionais confirmaram que entrarão com uma ação civil contra a famosa loja de luxo de Londres.

— Chegou a hora da justiça — disse a advogada americana Gloria Allred, que faz parte do grupo que cuida do caso, em entrevista coletiva em Londres.

O advogado Dean Armstrong KC disse que houve uma violação “abjeta” da responsabilidade corporativa por parte do Harrods. O bilionário, que morreu em 2023 aos 94 anos, vendeu a loja de departamentos em 2010 para o fundo Qatar Investment Authority.

Outro advogado, Bruce Drummond, afirmou que há vítimas de Al Fayed “em todo o mundo” e incentivou outras mulheres atacadas pelo magnata egípcio a denunciarem os seus casos. Al-Fayed era “um monstro que sabia agir graças a um sistema”, denunciou Dean Armstrong.

— Se a administração do Harrods acredita que deveria fornecer uma compensação financeira a essas mulheres… Claro, isso é algo que apreciaríamos, mas não aceitaremos que sejam acusadas de estarem interessadas apenas em dinheiro — acrescentou.

Ex-proprietário da loja de luxo, o magnata Mohamed Al-Fayed foi acusado de cometer abusos sexuais contra vários ex-funcionários — vinte disseram à BBC que foram violados sexualmente pelo chefe, e cinco deles citaram casos de estupro. Após a divulgação dos relatos, outras mulheres revelaram que passaram por situações semelhantes.

As mulheres entrevistadas no documentário contaram ainda que quem trabalhava diretamente para o bilionário era submetido a exames médicos, como “testes invasivos de saúde sexual”. Os resultados foram entregues a Al-Fayed.

— Não há nenhum benefício para ninguém saber como é minha saúde sexual, a menos que você esteja planejando dormir com alguém, o que acho bastante assustador no momento — relata Katherine, assistente executiva do magnata em 2005.

Mohamed Al-Fayed chega ao Supremo Tribunal de Londres durante o inquérito formal sobre as mortes da princesa Diana e Dodi Al-Fayed em 2 de outubro de 2007. — Foto: Leon Neal/AFP

Al-Fayed costumava percorrer os andares do estabelecimento em busca de “jovens assistentes”, que, se achasse “atraentes”, seriam promovidos para trabalhar perto de seu escritório. O comportamento expõe uma das táticas de um bilionário descrito como “predador”. A rede britânica BBC coletou depoimentos de mais de 20 ex-funcionários que apontaram agressões sexuais — incluindo estupro — por parte de seu chefe, falecido aos 94 anos, em setembro de 2023.

Polêmicas após as mortes de Diana e Dodi

Al Fayed chegou a apontar a família real como a culpada pela morte de seu filho, Dodi al Fayed, e da princesa Diana, no acidente de 1997.

Em 2008, ele afirmou, como testemunha da investigação, que a família real britânica queria “se livrar” da princesa Diana, que namorava seu filho, que também morreu no acidente de carro. Em meio à investigação, o dono da loja de departamentos Harrods lançou acusações contra o príncipe Charles, ex-marido da princesa, e o príncipe Philip, seu ex-sogro e marido da rainha Elizabeth II.

“Ela (a princesa Diana) falou-me pessoalmente sobre os seus receios, tanto antes como durante as férias que passaram juntos em julho de 1997”, disse Fayed numa declaração escrita enviada ao tribunal encarregado da investigação. “Ela me disse que sabia que Philip e o príncipe Charles queriam se livrar dela.”

Diana, 36, Dodi, 42, e seu motorista Henri Paul, funcionário de Fayed, morreram quando a limusine Mercedes em que estavam bateu em um túnel de Paris em agosto de 1997. A colisão aconteceu enquanto o carro tentava escapar dos paparazzi que estavam perseguindo-os depois de sair do Hotel Ritz.