Durante campanha com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comparou a relação entre os dois com a parceria entre o ex-governador José Serra (PSDB) e o ex- prefeito Gilberto Kassab (PSD). Os dois são alvos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem Nunes tenta associar sua imagem em busca do voto conservador.
“Estabelecemos um sistema de cooperação raramente visto (entre governo do Estado e Prefeitura). Essa dupla talvez (aconteceu) na gestão Serra com Kassab, em outros tempos. Não é comum e tem que ser comemorado”, disse Tarcísio em encontro com investidores da Genial em São Paulo nesta quinta-feira, 26.
Kassab tem sido alvo de apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais por não declarar apoio ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Serra, em 2022, apoiou Lula (PT) no segundo turno contra Bolsonaro (PL) e se tornou “comunista” para os apoiadores do então presidente, candidato à reeleição.
Serra foi governador de São Paulo de 2007 a 2010. Kassab, que havia sido deputado na Câmara Municipal de São Paulo, assumiu o cargo de prefeito em 2006 e permaneceu até 2012.
Nunes aproveitou o evento Genial para mais uma vez se mostrar colado a Tarcísio, chamando-o de “querido irmão” e “parceiro” e citando agendas em que esteve com o governador pela cidade.
Aos investidores, Tarcísio disse que esteve no evento “em missão de depoimentos” sobre a sua relação com Nunes. Ele citou ações conjuntas com a Prefeitura, como a integração do aplicativo SmartSampa com a Polícia Militar, e afirmou que Nunes é “liberal, conservador e alinhado” à sua gestão. Nenhum deles mencionou Bolsonaro em discursos ou entrevistas.
Nunes descarta mudança de postura contra Marçal
Após os episódios de violência verbal e física envolvendo sua campanha e a do adversário Pablo Marçal (PRTB) na disputa para prefeito, Nunes descartou mudar de postura nos próximos debates.
“Da minha parte, não (há uma mudança de estratégia). Espero que os organizadores (dos próximos debates) consigam manter a ordem”, disse o autarca, acrescentando que considera haver confrontos propositais e calmos. A Record fará debate neste sábado, 28.
Nunes afirmou ainda que não sabe se terá nos bastidores do próximo debate sua marqueteira Duda Lima, que foi agredida por um assessor de Marçal no último encontro, organizado pelo grupo Flow. “Não sei se ele vai. Esse golpe não é só o golpe. Essa agressão não é só física, afeta a pessoa. Se ele não for, eu vou entender.”
Com a disputa por uma vaga no segundo turno da disputa ainda aberta, como mostra a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta, Nunes e Tarcísio fizeram referências a declarações de Marçal, que tem chamado o prefeito de comunista. “Ele é comunista e apoia a privatização da Sabesp?” perguntou Tarcísio.
Nunes, por sua vez, afirmou que gerir a cidade é “humanamente impossível” para alguém com “desequilíbrio emocional”, em referência a um dos slogans de Marçal, que fala em ensinar inteligência emocional nas escolas e acusa os adversários de desequilíbrio.
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