O advogado Luiz Pires Moraes Neto foi preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 25, após passar três meses foragido, suspeito de participar de um esquema de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele é investigado na Operação Churrascada e teve prisão preventiva decretada durante a investigação.
O Estadão pediu uma declaração da defesa. O espaço está aberto.
A investigação indica que o advogado viajou ao Paraguai em 2020 em busca de dinheiro que seria dado como propina ao juiz Ivo de Almeida em troca de um habeas corpus para o traficante Romilton Hosi, homem de confiança de Fernandinho Beira Mar. A decisão teria sido negociada por R$ 1 milhão, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os investigadores suspeitam que o advogado tenha negociado outras decisões com os interlocutores do juiz, que está afastado do cargo por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A PF e a PGR identificaram pagamentos feitos por Luiz Pires a um posto de gasolina supostamente utilizado para lavagem de dinheiro de propina ao magistrado. As transações ocorreram dias antes de Ivo de Almeida colocar em prisão domiciliária um cliente do advogado condenado por roubo e peculato.
Os advogados Átila Machado e Luiz Augusto Sartori de Castro, que representam o juiz Ivo de Almeida, afirmam que ele é inocente.
“A investigação conduzida pela Polícia Federal já conta com fortes elementos que indicam que, na ausência do juiz Ivo de Almeida, pessoas vendiam ilegalmente ilusões em seu nome e, por isso, é importante reiterar que o magistrado nunca tomou qualquer decisão visando beneficiar quem quer que seja e muito menos no recebimento de valores”, afirma a defesa (leia a íntegra da nota ao final da matéria).
A manifestação refere-se ao depoimento do guarda civil Wilson Vital de Menezes Júnior, apontado como intermediário no suposto esquema. Disse à PF que “nunca entrou nesse assunto” com o juiz e que o grupo “vendia ilusões em nome de Ivo de Almeida”, sem que ele soubesse de nada.
Além da suspeita de venda de decisões judiciais, a Polícia Federal investiga se Ivo de Almeida operou esquema de fraude em seu gabinete no Tribunal de Justiça de São Paulo. A PF chegou a pedir a prisão preventiva do juiz, mas a Procuradoria-Geral da República foi contra.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também investiga o caso na esfera administrativa.
COM A PALAVRA, OS CRIMINALISTAS ÁTILA MACHADO E LUIZ AUGUSTO SARTORI DE CASTRO, QUE REPRESENTAM O JUIZ
A investigação conduzida pela Polícia Federal já conta com fortes elementos que indicam que, na ausência do juiz Ivo de Almeida, pessoas vendiam ilegalmente ilusões em seu nome e, por isso, é importante reiterar que o Magistrado nunca tomou qualquer decisão visando em beneficiar qualquer pessoa e muito menos no recebimento de valores.
Prova disso, vale destacar, é que o investigado Wilson Junior foi ouvido pelo Delegado que preside as investigações e afirmou que seu padrasto “VALMI vendia “ilusões” em nome de IVO DE ALMEIDA, sem que ele soubesse de nada”. e quando questionado se “encaminhou os pedidos relativos aos processos ao juiz ou a um de seus funcionários”, Wilson Junior, não apenas respondeu “que não encaminhou”, mas também esclareceu que nunca recebeu ou ofereceu quaisquer valores ao juiz .
Ademais, estes Assinantes destacam que o Juiz Ivo de Almeida nunca julgou recurso interposto em nome do Sr. Romilton Queiroz Hosi.
Por fim, reiterando a absoluta inocência do Juiz, esta Defesa informa que no mês de julho solicitou a designação de data para a colheita do depoimento do Juiz e que isso só não ocorreu porque o Delegado ainda não o havia agendado.
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