A inflação medida pelo IPCA-15 em setembro, que ficou abaixo do piso das estimativas de mercado, aplicou viés descendente às taxas dos contratos de Depósito Interbancário (DI), mas não conseguiu alterar as expectativas dos investidores sobre a trajetória da inflação. Selic – embora tenha reduzido as apostas de alta de 75 pontos-base na reunião de novembro. Os dados também não conseguiram ofuscar os temores do mercado quanto ao cenário fiscal, que continuam a limitar o movimento descendente das taxas de juros futuras, especialmente na extremidade longa da curva.
A variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) desacelerou para 0,13% em setembro, ante 0,19% em agosto. As estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pela Projeções de transmissão variaram entre 0,18% e 0,33%, com mediana positiva de 0,28%.
Santiago Schmitt, especialista em renda fixa da Manchester Investimentos, disse que o indicador “ajudou a tirar um pouco da pressão” sobre as taxas de curto prazo, mas teve menos efeito nos vértices de médio e longo prazo, mais suscetíveis aos temores do mercado sobre a dificuldade do governo. para controlar os gastos públicos.
Ele acrescentou que essa preocupação com o cenário fiscal se agravou desde o final da semana passada, após a divulgação do relatório bimestral que avalia as receitas e despesas do governo federal. Segundo Schmitt, o documento trouxe estimativas de receitas consideradas “superestimadas” e que abriu espaço para reduzir o esforço de contenção de custos.
Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez, destacou que a queda nas taxas curtas reduziu levemente a alta precificação da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, mas que o mercado continua esperando pelo menos mais dois aumentos sequenciais de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros.
Para a reunião de Novembro, a curva precificou um aumento de 53 pontos base, em relação aos aproximadamente 60 pontos base de ontem. Para dezembro, as taxas incluem a possibilidade de mais 45 pontos-base de aumento, segundo Leal.
Amanhã, os investidores estarão atentos ao Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central e aos comentários das autoridades da instituição em coletiva de imprensa para explicação do documento.
A taxa do contrato DI para janeiro de 2026 fechou em 12,110%, ante 12,115% no reajuste anterior. A taxa de janeiro de 2027 encerrou em 12,135%, ante 12,161%, e a taxa de janeiro de 2029 registrou 12,27%, ante 12,28%.
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