BRASÍLIA (Reuters) – O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta segunda-feira que há desconforto na equipe econômica do governo em relação a uma “irracionalidade” na percepção dos agentes econômicos sobre a gestão fiscal, citando “especulação mal feita” em meio a críticas de analistas sobre soluções criativas para contornar restrições nas regras fiscais.
Numa conferência de imprensa para comentar o relatório bimestral de receitas e despesas, Durigan disse não ser razoável que os esforços de recuperação fiscal do governo não tenham sido reconhecidos e defendeu que o acompanhamento das contas é feito com muito cuidado e com cálculos muito conservadores.
“Há de facto um desconforto na equipa económica quando percebemos uma irracionalidade na repercussão, quando ignoramos alguns factos da realidade e números que são apresentados. O facto é que o fiscal recuperou e superou as expectativas”, disse, quando defendendo que o governo está trabalhando para manter e cumprir a meta de déficit fiscal zero este ano.
Segundo ele, o governo fez ajustes em suas projeções para garantir que as contas de 2024 sejam fechadas “sem qualquer tipo de criatividade ou artifício” fora das regras fiscais.
A Reuters mostrou na semana passada que diante de restrições no quadro fiscal, o governo Luiz Inácio Lula da Silva passou a implementar soluções criativas para aumentar os gastos, além de prever a incorporação de receitas ao Orçamento sem a concordância do Banco Central, com especialistas apontando riscos para a credibilidade das contas governamentais.
Na sexta-feira, a equipa económica anunciou que a contenção total de fundos dos ministérios para respeitar as regras fiscais será reduzida de 15 mil milhões de reais para 13,3 mil milhões de reais, com os ganhos de receitas a compensarem um aumento nas despesas obrigatórias.
Na sexta-feira e na segunda-feira, a situação operou em altos e baixos, com os analistas citando, em parte, preocupações sobre a situação fiscal do país.
Entre os cálculos apontados como conservadores nesta revisão das contas, Durigan argumentou que o relatório fiscal não considerou a captação de recursos esquecidos nos bancos, aprovado pelo Congresso e que ainda gera divergências sobre a forma de contabilidade fiscal.
Ele também citou a retirada de previsões de receitas junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), além de estimativas conservadoras com medidas aprovadas para permitir ganhos com a atualização dos valores dos imóveis. Desta forma, as contas poderão melhorar caso estas iniciativas gerem receitas adicionais este ano, disse.
O secretário disse ainda que as previsões dos analistas de que os gastos do governo com a Previdência seriam subestimados em até 40 bilhões de reais não são realistas. Segundo ele, os cálculos do governo são conservadores.
Ele enfatizou que a equipe econômica trabalha para manter a meta fiscal e alcançá-la, argumentando que o governo ainda tem medidas na manga para anunciar caso considere necessário para atingir o objetivo.
Na entrevista, o secretário executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, também afirmou que o governo tem todos os instrumentos para cumprir a meta fiscal e demonstrou que não vai alterar a meta.
Ao anunciar nesta sexta-feira o descongelamento de parte dos recursos dos ministérios, o governo destacou que a mudança foi gerada por uma liberação de recursos contingenciais em volume maior do que a ampliação de recursos bloqueados por maiores despesas obrigatórias.
Guimarães explicou que o governo não teve opção de manter fundos de contingência dada a constatação de que as receitas são melhores. Por outro lado, defendeu que a prorrogação do bloqueio orçamental provavelmente será mantida até ao final do ano.
(Reportagem de Bernardo CaramEdição de Pedro Fonseca e Alexandre Caverni)
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