As eleições nos EUA estão se aproximando. Os olhos do mundo estão voltados para a corrida presidencial norte-americana e para a disputa do dia 5 de novembro. Contudo, o processo eleitoral nos EUA não se concentra apenas no ano da eleição em si. A jornada começa antecipadamente e tem um fator importante na política americana: as primárias, algo característico do sistema eleitoral dos Estados Unidos. Afinal, o que são primárias?
A corrida presidencial dos Estados Unidos é um processo longo. Geralmente começa dois anos antes da eleição. Nessa jornada, as primárias são um momento decisivo, além de um marco na política dos EUA, cuja eleição é indireta e tem muitas diferenças em relação ao Brasil. Compreender o que são as primárias ajuda a compreender a dinâmica do sistema eleitoral americano.
O que são primárias
Nos Estados Unidos, os eleitores participam do processo de escolha dos candidatos presidenciais. Isso acontece justamente nas primárias. É um momento democrático no sistema eleitoral dos EUA. A população, portanto, vota e indica quem deseja ver como candidato do partido nas eleições presidenciais. Após uma série de eleições estaduais, uma conferência nacional nomeia o candidato presidencial.
Porém, até às primárias propriamente ditas, o xadrez político norte-americano tem alguns “movimentos” anteriores. A corrida presidencial depende da formação de comitês pelos partidos. O objetivo é aproximar-se dos eleitores e potenciais financiadores de campanha. Neste ponto é feita uma avaliação do cenário político, com o mapeamento de qual eventual candidato tem maiores chances de sucesso nas urnas.
Este contexto significa que a corrida presidencial norte-americana começa cedo. Por exemplo, Donald Trump anunciou em novembro de 2022 a sua pré-candidatura para as eleições de novembro de 2024. Teve que seguir um caminho, em que as primárias são decisivas, até ser confirmado como candidato do Partido Republicano. Nos Estados Unidos, os candidatos precisam vencer uma espécie de “batalha interna partidária”, que são as primárias.
Nas prévias, como também são chamadas as primárias, os eleitores vão às urnas e votam secretamente, por meio de cédula, no candidato de sua preferência. Neste momento a eleição é “interna”, dentro de cada partido. O vencedor deste processo é confirmado como candidato presidencial dos Estados Unidos. A legislação de cada estado e também do partido decidem as regras das primárias.
O que são primários: os tipos de visualizações
- Primárias abertas: nesta modalidade, qualquer eleitor pode participar da votação nas prévias do Partido Democrata e nas prévias do Partido Republicano.
- Primárias Fechadas: significa que apenas os eleitores inscritos num partido político podem votar nas bancadas desse partido.
- Convenção: é uma espécie de assembleia, em que os eleitores se reúnem e votam em público.
O que são primárias: como funcionam
O calendário primário começa em janeiro e geralmente vai até junho do ano eleitoral. O cronograma também indica outra particularidade do sistema político e eleitoral dos Estados Unidos. Tradicionalmente, Iowa é o estado que inicia esta fase preliminar. Por que é um fato importante no cenário do que são primárias? Pelo peso que tem.
Cada estado pode definir e realizar as primárias como desejar. Porém, tradicionalmente, quem sai na frente nas votações obtém mais apoio, tanto dos eleitores quanto dos doadores. Assim, a campanha “decola”. Portanto, Iowa, que abre esse cenário, e New Hampshire, que segue, têm peso importante. Os resultados destas primeiras convenções influenciam o resto do processo eleitoral.
Outro ponto importante que ajuda a entender a dinâmica das primárias é a chamada “Superterça”. Este é o maior dia de votação, em que um grande número de delegados é escolhido num único dia. Assim, o pré-candidato vê a campanha praticamente confirmada.
No sistema eleitoral norte-americano, a figura dos delegados é essencial. Nos Estados Unidos, os votos são direcionados aos delegados, aos membros ativos dos partidos e às pessoas politicamente engajadas. Isso ocorre nas primárias e nas próprias eleições presidenciais.
Os delegados votam de acordo com a vontade dos eleitores de cada estado. No caso das primárias, após a votação, eles vão para a convenção nacional dos partidos e são responsáveis por votar no pré-candidato que recebeu mais apoio dos eleitores nas primárias.
Além disso, os delegados compõem o colégio eleitoral dos Estados Unidos, que é composto por 538 eleitores, cada estado possui um determinado número, de acordo com o tamanho da população e representação no Congresso. Nas eleições presidenciais, quem vencer a disputa conquista pelo menos 270 eleitores no colégio eleitoral.
A regra “O vencedor leva tudo” é usada na maioria dos estados. Assim, o candidato mais votado em um estado ocupa todas as cadeiras daquele local. Por exemplo, a Califórnia tem 55 cadeiras no colégio eleitoral. Quem vencer a eleição ocupará todos os assentos.
A justaposição dos resultados de cada estado forma o colégio eleitoral norte-americano. Tal sistema indireto permite, por exemplo, que um candidato tenha mais votos, mas não seja eleito, o que aconteceu nas eleições de 2016, entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump.
Nessa eleição, Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos após conquistar 56,5% dos delegados. No entanto, Hillary teve quase três milhões de votos a mais que sua rival.
Nas últimas eleições, em 2020, o democrata Joe Biden superou Trump e conquistou 306 delegados, enquanto o seu adversário do Partido Republicano conquistou 232 eleitores.
Importância das primárias no processo eleitoral
O que são primárias, portanto, compõem com relevância a corrida eleitoral norte-americana. Esta é uma forma democrática de garantir a participação dos eleitores em todo o processo.
Embora existam outros partidos e candidatos independentes, a política nos EUA é dominada pelo Partido Democrata e pelo Partido Republicano. Assim, a atenção volta-se para as “batalhas internas” destes partidos.
Cada partido pode escolher a dinâmica das prévias neste processo de pré-candidatura. Contudo, em comum, partilham o impacto das primárias e o caminho até elas. Muitas vezes, as pré-candidaturas perdem força, o que aconteceu com Kamala Harris, atual vice-presidente e candidata democrata nas eleições de 2024 nos EUA.
Na corrida presidencial de 2020, Kamala anunciou sua pré-candidatura. No entanto, ela desistiu do concurso. Sua popularidade caiu, além da dificuldade em arrecadar dinheiro para a campanha. Desta forma, Harris saiu de cena num contexto que também tinha Joe Biden, Bernie Sanders e Elizabeth Warren como candidatos. Posteriormente, Biden foi confirmado como candidato e teve Kamala como companheira de chapa.
O exemplo de 2020 ajuda a compreender o quão dinâmico é o processo eleitoral norte-americano. As pré-candidaturas podem perder força antes mesmo das primárias, assim como as prévias podem impulsionar um candidato ou enfraquecer uma campanha.
O que são primárias: impacto nas eleições gerais
Além da sua importância no sistema eleitoral americano, as primárias dão o tom da corrida presidencial. Um pré-candidato em ascensão, por exemplo, fica fortalecido e tem mais chances de obter apoio financeiro. Da mesma forma, é fundamental a estratégia de campanha para as prévias, com o devido peso das alianças.
Além disso, tem o peso de representar o partido após a pré-candidatura, prévias e confirmação na convenção nacional. É um simbolismo importante na política dos EUA, pois já é uma “vitória interna”. Assim, o próximo passo são as próprias eleições, com novos desenvolvimentos em termos de alianças, estratégias e apoio financeiro.
Sistema eleitoral americano x sistema eleitoral brasileiro
Paralelamente ao sistema eleitoral brasileiro, compreender o que são as primárias constitui mais um passo para a compreensão das diferenças estruturais entre a política nos EUA e no Brasil. O mais surpreendente, possivelmente, é o facto de nos Estados Unidos o voto não ser obrigatório.
Aliás, como o voto é opcional, os Estados Unidos precisam envolver mais os eleitores. O que são primárias faz parte desse contexto, além das estratégias de cada partido e candidato.
Além de o voto ser obrigatório no Brasil para pessoas entre 18 e 70 anos, aqui o sistema é direto. Ou seja, o voto é no candidato que lidera a chapa na disputa presidencial. Assim, a maioria dos votos elege o candidato ao cargo.
No Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é responsável por regular, organizar e também monitorar o processo eleitoral. Nos Estados Unidos, cada estado e o distrito federal têm autonomia para desenvolver e definir as regras.
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