A vacina antirrábica humana utilizada atualmente no Brasil é fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, importada e armazenada pelo Instituto Butantan. O processo produtivo é longo – até 18 meses – e envolve fabricação, formulação, envase, controle de qualidade, embalagem e liberação para embarque. O imunizante tem validade de 36 meses a partir do momento de sua formulação. Na prática, portanto, a dose chega em solo brasileiro 18 meses depois e, quando disponibilizada ao Ministério da Saúde, faltam entre 15 e 17 meses para o vencimento.
A presidente da região mineira da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Jandira Lemos, destaca que todo o processo requer infraestrutura avançada, tecnologia de ponta e profissionais altamente qualificados, para alcançar a produção segura e eficaz do anti-humano. -vacina antirrábica. . Portanto, o esquema antirrábico como um todo, segundo ela, exige planejamento, capacitação profissional, organização nas três esferas de governo e muita informação para prevenir a doença.
“A produção da vacina antirrábica humana é pequena em comparação com o tamanho da procura global. O mesmo se aplica ao soro anti-rábico e à imunoglobulina anti-rábica humana [solução concentrada e purificada de anticorpos contra a doença e, atualmente, sem produtor no Brasil]“, afirmou. “Nesse cenário, temos que priorizar o uso correto e consciente desses imunobiológicos”, completou Jandira.
Entender
A vacina antirrábica humana pode ser indicada nos formatos pré e pós-exposição. Na primeira, as doses são destinadas a pessoas em risco de exposição permanente ao vírus, como profissionais de laboratórios de virologia, veterinários e funcionários de zoológicos. O esquema também pode ser recomendado para turistas que visitam áreas endêmicas. No segundo caso, a vacina é administrada após mordidas, arranhões ou mesmo lambidas de determinados animais.
Ao contrário do que muitos pensam, a lista de animais que podem transmitir a raiva não se limita a cães e gatos, mas inclui mamíferos de todos os tipos. No Brasil, os principais responsáveis pelos casos de raiva humana são morcegos (53%), cães (20%), felinos (11%), primatas (9%) e raposas (4%). Cavalos, bovinos, suínos e caprinos também podem transmitir o vírus, principalmente em ambientes rurais.
A lista de animais que não transmitem raiva inclui coelhos, pequenos roedores como esquilos, ratos, porquinhos-da-índia e hamsters, além de lagartos, peixes e aves em geral.
A doença
A raiva é transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e outras secreções do animal infectado. A infecção causa encefalite (inflamação do cérebro) progressiva e aguda, que tem taxa de letalidade próxima de 100%. Graças às campanhas de vacinação animal, o número de casos de transmissão de raiva para humanos caiu drasticamente desde 1986. Em 2022, porém, a ocorrência de acidentes voltou a aumentar.
Cuidado
Em casos de mordidas, arranhões ou lambidas, o conselho é lavar imediatamente o ferimento com bastante água corrente, utilizando sabão ou detergente. Foi comprovado que o processo reduz o risco de infecção porque elimina a maioria das partículas virais da ferida. Depois, é preciso procurar o serviço de saúde mais próximo para que um profissional avalie a conduta a ser adotada.
Tipos de acidentes
Os acidentes leves envolvendo animais incluem mordidas ou arranhões superficiais no tronco ou membros, exceto mãos e pés; além de lamber lesões superficiais.
Os acidentes graves incluem os seguintes casos:
– morder ou coçar as mucosas, a cabeça, as mãos ou os pés;
– mordidas ou arranhões múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo;
– mordida ou arranhão profundo, mesmo que pontilhado;
– lamber lesões profundas ou mucosas, mesmo que intactas;
– e mordidas ou arranhões causados por mamíferos selvagens.
*O repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
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