Uruguai e México sinalizaram que poderiam disponibilizar aeronaves, mas o Ministério do Meio Ambiente afirma que não possuem o sistema necessário para combater incêndios.
Os pedidos de ajuda internacional feitos pelo Brasil para combater a onda de incêndios no país têm sido até agora prejudicados pelo fornecimento de aeronaves sem sistema de liberação de água e, portanto, considerados inadequados pelo Ministério do Meio Ambiente. O ministério afirma precisar de aviões com esses equipamentos e helicópteros para transportar os brigadistas.
Por outro lado, o governo brasileiro recebeu recentemente um pedido de assistência do Paraguai, mas respondeu que enfrenta sua própria crise e que todos os recursos disponíveis do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) estão sendo utilizados no país .
A pedido do ministério liderado por Marina Silva, o Itamaraty consultou Uruguai, México, Chile, Peru, Colômbia, Estados Unidos, Canadá e Paraguai sobre a possibilidade de enviar apoio para combate a incêndios na Amazônia.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, “foi solicitado especificamente apoio aéreo para lançamento de água e/ou transporte de bombeiros e equipamentos em operações de combate a focos de incêndio”.
“As ofertas de cooperação recebidas estão sendo submetidas à análise técnica dos órgãos competentes”, afirmou o Itamaraty.
Pelo menos Uruguai, México, Canadá e Chile sinalizaram que poderiam disponibilizar aviões e outros equipamentos.
No dia 10 de setembro, o governo uruguaio disponibilizou ao Brasil uma aeronave modelo CASA C-212 Aviocar e 40 mil litros de líquido extintor. O avião poderia ser usado para evacuação médica e transporte de carga e passageiros.
Para transferir os equipamentos, Montevidéu solicitou ao Brasil que informasse em qual local a aeronave ficaria baseada e onde a carga de extintores poderia ser entregue.
A oferta foi reforçada pelo ministro da Defesa do Uruguai, Armando Castaingdebat, no dia 12, segundo registro oficial feito pelo Itamaraty e visto pela Folha.
No caso do México, um representante da AMEXCID (Agência Mexicana de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento) informou à embaixada brasileira no país que, antes de considerar se seria possível fornecer uma aeronave do tipo C-105A, algumas informações eram necessárias: o local de operação do avião no Brasil e o tempo estimado da operação.
Os mexicanos também perguntaram se Brasília assumiria os custos de combustível das aeronaves em viagens internas no Brasil – as despesas da viagem de e para o México seriam arcadas pelos proprietários dos equipamentos.
Questionado sobre as negociações tanto com o Uruguai quanto com o México, o Ministério do Meio Ambiente respondeu que o governo brasileiro perguntou a esses países se “haveria disponibilidade de aeronaves para lançamento de água, bem como helicópteros para transporte de brigadistas em áreas de difícil acesso”.
“Os modelos citados, C-212 e C-105, são aviões (e não helicópteros) que não possuem sistema de liberação de água, necessário ao combate a incêndios”, respondeu o ministério.
O ministério informou ainda que o Chile comunicou que poderia enviar um helicóptero. “As condições de operação estão em análise.”
O Canadá, por sua vez, disse ao Brasil que poderia emprestar dois aviões Cessana Caravan para ajudar no combate aos incêndios. Também sem tecnologia de dispersão em água, essas aeronaves poderiam ser utilizadas para transportar brigadistas e equipamentos.
Um dos países a quem o Brasil recorreu em busca de ajuda, o Paraguai enfrenta sua própria onda de incêndios.
Só na primeira semana de setembro, o país vizinho registou mais de 6.800 incêndios.
O país vizinho chegou a consultar a embaixada brasileira em Assunção sobre a possibilidade de enviar um avião capaz de lançar água ao Paraguai.
As autoridades do governo Lula (PT) responderam que o Brasil enfrenta uma situação semelhante com os incêndios – e que todos os meios disponíveis estão sendo usados para combater os incêndios no país.
*Informações da Folhapress
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