O apetite por risco no exterior após o corte dos juros básicos pelo banco central dos Estados Unidos é insuficiente para impulsionar o Ibovespa nesta quinta-feira, 19. O principal indicador da B3 subiu 0,76%, atingindo 134.758,76 pontos de máxima. Na quarta-feira, fechou em queda de 0,90%, aos 133.747,69 pontos.
A tendência é que o Índice Bovespa acompanhe o rali global, avalia Victor Furtado, head de alocação da W1 Capital.
A valorização do Índice Bovespa está contida no aumento dos juros futuros, após o aumento da taxa Selic também ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), de 10,50% para 10,75% ao ano, em decisão unânime e dentro das expectativas . .
O tom da afirmação foi considerado duro pelos especialistas, já que o Banco Central reconheceu a lacuna positiva, ou seja, que a economia cresce acima do seu potencial, e que há uma “assimetria altista” no balanço de riscos. Ou seja, são esperados mais aumentos da Selic, com a taxa podendo chegar a 12% no final deste ano para alguns.
“É muito difícil a Selic não subir, ela deve continuar avançando a menos que haja uma melhora muito grande no câmbio, na inflação”, aponta Victor Furtado, chefe de alocação da W1 Capital. “Mas o corte do Fed acaba ajudando o Ibovespa, corroborando a tranquilidade dos mercados. Porém, não há como olhar apenas para o Fed”, acrescenta o chefe de alocação da W1 Capital.
O equilíbrio entre a queda das taxas de juros nos EUA e o aumento da taxa Selic poderá resultar em uma valorização do real. “A valorização da moeda deve aumentar até o final do ano, levando o par a R$ 5,30/5,20. O catalisador para isso é justamente o fluxo de capital estrangeiro que será realocado dos EUA para os mercados emergentes”, avalia Marcelo Vieira, chefe da mesa de renda variável da Ville Capital.
Segundo o profissional da Ville Capital, o único fator que pode atrapalhar um pouco a “festa” é a questão fiscal que tem apresentado evolução preocupante diante de práticas “obscuras” por parte do governo.
Além das contínuas dúvidas fiscais, a fraqueza do Ibovespa pode refletir um movimento técnico, após dois meses consecutivos de entrada de capital estrangeiro na B3 (julho e agosto), aponta Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital.sugere Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capitais. “Isso sugere que é um movimento mais técnico, pois não vimos nada de novo. Continuam as mesmas preocupações de sempre com os impostos”, afirma.
Às 11h30, o Ibovespa perdia 0,15%, na mínima de 133.545,22 pontos, após alta de 0,76%, na máxima de 134.758,76 pontos.
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