“Passagrana”, que estreia nesta quinta-feira (19) nos cinemas, promete ressignificar o gênero heist (termo usado para se referir a filmes de assalto) dentro do cinema brasileiro. Distribuído pela Disney, com roteiro e direção de Ravel Cabral, o longa une jovens talentos e grandes estrelas nacionais em uma trama que foge aos padrões.
Produzido pela Intro Pictures, o filme é centrado na história de quatro amigos: Zoinhu (Wesley Guimarães), Linguinha (Juan Queiroz), Mãodelo (Elzio Vieira) e Alãodelom (Wenry Bueno). O quarteto vive de pequenos furtos e golpes praticados nas ruas de São Paulo.
Cansados de fugir da polícia, os rapazes realizam um assalto que promete mudar suas vidas. O esquema, porém, afeta diretamente os negócios de uma gangue de policiais corruptos liderada pelo impiedoso Britto, interpretado por Caco Ciocler. Com a vida ameaçada, eles precisam pagar a dívida com os bandidos e, para isso, planejar um grande assalto a banco.
Um assalto brasileiro
Em entrevista com Folha PernambucanaRavel – que também é ator e está no elenco do filme – conta que a ideia do roteiro nasceu de seu gosto pessoal pelo gênero e de uma dúvida: como seria um “assalto” no Brasil?
“Nesses filmes, na maioria das vezes, as equipes que vão dar o golpe estão superfinanciadas, têm equipamentos, tecnologia, e o desafio aqui seria criar um grupo assim, mas sem recursos. A única coisa com que podem contar é a própria astúcia e a lealdade mútua”, explica o diretor.
A proposta de Ravel era se apropriar de um tipo de história trabalhada com insistência em Hollywood, mas dando-lhe personalidade própria. “Quando abraçamos um gênero, ele vem com características próprias. No caso do roubo, existem muitos elementos muito interessantes. Se você pegar filmes como ‘Ocean’s Eleven’, por exemplo, há uma trilha sonora bem típica. O desafio foi traduzir isso para nós. A música também é um aspecto importante em ‘Passagrana’ e, ao mesmo tempo, muito original, diferente de uma referência americana”, analisa.
Tom ridículo
A grande ideia do roteiro é dar tons de farsa ao roubo, já que o quarteto utiliza um grupo de atores e um filme falso em seu plano de farsa. “Essa ideia surgiu naturalmente, no processo de criação do roteiro, mas, evidentemente, está intrinsecamente ligada à minha própria carreira. Eu venho de uma formação teatral. Então, é uma espécie de declaração de amor por essa arte à qual dedico minha vida há muitos anos”, pontua Ravel, que dirige seu primeiro longa-metragem.
O elenco conta com rostos bastante reconhecidos pelo público, como Irene Ravache, Giovanna Grigio, Carol Castro, Marco Luque, Luciana Paes e Leandro Ramos. É também na presença carismática dos jovens e ainda pouco conhecidos protagonistas que o filme garante o seu brilho e frescura.
“Sinto que ‘Passagrana’ não é apenas um filme fraudulento. Fala principalmente da amizade entre esses quatro personagens e como eles acabam abraçando o próprio talento e, dessa forma, encontrando uma saída para a situação de vida em que se encontram. identifica subjetivamente”, ressalta.
Ravel, que diz ter “se apaixonado” pelo quarteto enquanto o dirigia, aposta alto nas chances dos ladrões conquistarem o público. “Eu sinto que os personagens são tão fortes em si mesmos que se tornaram maiores que este filme. Portanto, acredito que possa haver outras histórias com eles. É aqui que se lança a vontade de dar continuidade ao universo ‘Passagrana’”, acrescenta.
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