O Brasil subiu do terceiro para o segundo lugar no ranking mundial de taxas de juros reais, após o aumento da taxa básica para 10,75% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central nesta quarta-feira (18).
A taxa de juros real no Brasil é de 7,33% ao ano, valor inferior apenas ao da Rússia (9,05%), segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou. A posição seria a mesma se os juros tivessem sido mantidos ou aumentados em 0,50 ponto percentual, segundo a mesma simulação.
O país também permanece longe da taxa média entre as 40 economias mais relevantes, que é de 0,63% ao ano.
A taxa real é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, de 4,10%, considerando dados do relatório Focus do BC, e das taxas de juros do mercado para os próximos 12 meses – utilizando o contrato de Depósito Interbancário.
Entre as grandes economias, dez países apresentam taxas de juros reais negativas, incluindo Japão (-1,73%) e Argentina (-33,92%).
Em termos nominais, o Brasil ocupa o quarto lugar, ao lado da Colômbia e do México. Está abaixo da Turquia (50%), Argentina (40%) e Rússia (19%), considerando as 40 economias mais representativas. A média geral é de 7,1% ao ano.
Segundo o portal, o movimento de aperto monetário global perdeu força. O contexto majoritário entre os bancos centrais é de manutenção das taxas, porém, os cortes ganharam força recentemente.
Entre 166 países, 64,5% mantiveram as taxas de juro, 3% aumentaram-nas e 32,5% reduziram recentemente as taxas.
GLOSSÁRIO
– Taxa básica de juros – A taxa Selic é referência para as demais taxas de juros da economia. Essa é a taxa média cobrada nas negociações com títulos de emissão do Tesouro Nacional, registrada diariamente no Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia)
– Taxa de juros real – Considera uma taxa nominal, a Selic, por exemplo, descontada pela inflação
– Taxa real ex-ante – Calculada prospectivamente (taxa esperada), com base em projeções de juros e inflação. É o mais relevante para a política monetária, pois influencia futuras decisões de investimento e consumo
– Taxa real ex-post – Calculada retrospectivamente (taxa verificada), com base nos juros e na inflação dos últimos 12 meses, por exemplo. Usado para avaliar um investimento já realizado
– Copom (Comitê de Política Monetária) – Órgão do Banco Central, formado por seu presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a Selic
– IPCA – Indicador medido pelo IBGE que serve como meta de inflação. A meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), órgão que conta com a participação do BC, do ministro da Fazenda ou da Economia e de outros membros da equipe econômica.
*Informações da Folhapress
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