O candidato da oposição venezuelana, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, afirmou, nesta quarta-feira (18), que assinou sob “coerção, chantagem e pressão” um documento que reconhecia a vitória eleitoral do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para ser capaz de exilar-se em Espanha. A afirmação foi feita em um vídeo divulgado em sua conta na plataforma X.
— Ou assinei ou sofri as consequências — explicou González Urrutia sobre o documento que, segundo ele, foi levado por dois líderes próximos de Maduro à embaixada espanhola em Caracas, onde se refugiava. – [Isso resultou em] horas muito tensas de coerção, chantagem e pressão.
A saída de Edmundo González da Venezuela esteve envolta em segredo até agora. Nem o candidato, que segundo a oposição venceu as eleições segundo a ata publicada, nem a Espanha, país que o acolheu, nem o chavismo revelaram os detalhes do que aconteceu na madrugada de 7 de setembro, quando o veterano diplomata embarcou num avião das Forças Armadas espanholas com destino a Madrid. Naquele momento, ninguém esperava que ele fosse embora.
Esta quarta-feira, o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, revelou um documento assinado naquela noite, no qual González reconhece “as decisões adotadas pelos órgãos de justiça no âmbito da Constituição, incluindo a sentença da Câmara Eleitoral”. O texto continua: “Embora não concorde, aceito”. Ou seja, o candidato validou a vitória que o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), controlado pelo chavismo e sem independência judicial, havia concedido a Nicolás Maduro.
As explicações de González Urrutia ocorrem após a divulgação da carta pelo governo venezuelano. Na alegada carta, o ex-diplomata também reconhece as autoridades nacionais, afirma que decidiu abandonar o país e compromete-se a limitar a sua atividade pública no estrangeiro, sem exercer qualquer representação formal ou informal das autoridades públicas da Venezuela. O adversário, porém, explicou que foi o próprio Jorge Rodríguez, juntamente com a vice-presidente Delcy Rodríguez, quem lhe apresentou o documento.
— Naquele momento, considerei que seria mais útil estar livre do que preso e incapaz de cumprir as tarefas que o Soberano me confiou — argumentou. — O documento produzido sob coação é nulo, pois há grave vício no consentimento. Não ficarei em silêncio. Jamais os trairei”, acrescentou González Urrutia.
A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, denunciou a fraude nas eleições que garantiram a Maduro um terceiro mandato de seis anos (2025-2031) e reivindica a vitória de González. O opositor passou um mês escondido antes de procurar asilo em Espanha, depois de ter sido emitida uma ordem de detenção contra ele. Chegou a Madrid no domingo, 8 de setembro.
Veja também
direitos humanos
Jovem Guarani Kaiowá leva tiro na cabeça durante retomada de fazenda
COSTA NORTE
Naufrágio em Pernambuco: Marinha já percorreu 457 quilômetros em busca de tripulante desaparecido
qual banco com menor taxa de juros para emprestimo
empréstimos banco do brasil simulador
empréstimo usando bolsa família
empréstimo descontado do salário
empréstimos para bpc loas
emprestimo descontado do salario
redução de juros de emprestimo consignado
consignado inss taxas
emprestimo consignado melhores taxas