Revisão do sistema que monitora queimadas no bioma atualizou dados estatísticos, reduzindo em 42% a área da tragédia
Um dos principais órgãos de monitoramento do desastre de incêndio florestal no Pantanal passou por mudanças em sua metodologia de monitoramento e reduziu em cerca de 42% a área queimada que havia sido identificada como afetada em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Os dados apresentados até a semana passada indicavam mais de 2,8 milhões de hectares destruídos. Com a revisão dos dados, a área queimada identificada passa a registrar 1.918.700 hectares devastados pelo fogo.
Esta revisão técnica fez desaparecer das estatísticas quase 1 milhão de hectares, o equivalente a mais de 1 milhão de campos de futebol.
Os dados são computados pelo Laboratório de Aplicações Ambientais por Satélites (Lasa), do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e servem para orientar políticas públicas federais, justificativas para liberação de recursos públicos e para tomada de ações emergenciais pelo governo federal, por exemplo.
Esse cálculo do território afetado também entra na conta para avaliar financiamentos, como o do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), que teve uma linha especial aprovada para ajudar na recuperação de empresas do Pantanal atingidas por secas e queimadas .
Em 2020, por exemplo, foram disponibilizados R$ 180 milhões para empresas solicitarem recursos. Este ano, o valor específico para o Pantanal ainda não foi divulgado, mas a proposta foi aprovada no último dia 11, na 21ª reunião ordinária do Conselho Deliberativo para o Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel).
“CORREÇÃO DE ERRO”
A Lasa/UFRJ prepara nota técnica a ser divulgada em breve, conforme noticiou o Correio do Estado.
Embora esta explicação oficial ainda não tenha sido apresentada, a informação que serve de justificação para o desaparecimento de quase 1 milhão de hectares ardidos anteriormente divulgados na plataforma é que houve uma correção na margem de erro que existia. Até ontem, a margem de erro era de 30%.
De acordo com o comunicado sumário, a Lasa/UFRJ considerou que “as estimativas de área queimada para o ano corrente (2024) na plataforma Alarmes foram refinadas com base no [Sistema] Alarmes históricos.
O novo método aumenta a confiabilidade dos alertas, reduzindo erros. Com essa mudança, as estimativas de área queimada passaram a ter uma margem de erro média de até 10%.”
A correção dessas medidas, porém, só ocorreu com os dados deste ano, enquanto os números dos demais anos permanecem os mesmos.
Embora não haja uma relação direta, há um certo contexto para a mudança nas estatísticas: aconteceu após as declarações catastróficas da ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, de que o Pantanal poderia deixar de existir até o final do Século XXI.
Nessa nova condição, o cenário que era grave o suficiente para superar a área queimada em 2020 (mais de 3 milhões de hectares) ganhou novos contornos. Até o dia 11, os dados apontavam para uma área queimada de 2,8 milhões de hectares.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) chegou a sugerir, em entrevista à GloboNews, um cenário gravíssimo diante dos números anteriores.
“Estamos ultrapassando 2,7 milhões de hectares no bioma Pantanal, e com condições climáticas [piores]. E depois a má notícia é que, nas próximas duas semanas, ainda teremos condições climáticas desfavoráveis. Sem dúvida, acho que podemos chegar ao mesmo número de 2020”, disse.
Com a redução do impacto do fogo nas estatísticas, o governo do Estado não se manifestou oficialmente para avaliar o cenário. Como houve frente fria e chuva em algumas regiões do Pantanal no fim de semana, os incêndios se acalmaram, principalmente no MS.
SOBRE ESTATÍSTICAS
A identificação da área queimada é feita com base em análises dos diferentes satélites disponíveis. Tecnicamente, o que acontece é que alguns satélites fornecem imagens de uma área mais ampla do que outros. Isto influencia o território identificado como afetado pelo fogo.
No Brasil, ainda não há monitoramento extensivo de incêndios florestais baseado em dados de câmeras e no uso de inteligência artificial, por exemplo. Este tipo de metodologia já ocorre em Portugal.
Os satélites, além de terem uma precisão que pode mostrar dezenas ou até centenas de metros de divergência do cenário real, demoram mais de horas para conseguir localizar uma fonte de fumaça/calor e criar uma notificação para que o Centro Nacional de Pesquisa Podem atuar a Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de bombeiros ou brigadistas.
Já existem tecnologias que fazem essa identificação em questão de minutos, mas no Pantanal esse método só funciona na região da Serra do Amolar, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), e nas proximidades da Terra Indígena Kadiwéu, com Prevfogo/Ibama.
2,8 milhões de hectares
Até 13/09, a plataforma mostrava 2,8 milhões de hectares consumidos pelo fogo.
-42% de redução de dados
Agora, a Lasa/UFRJ aponta danos a 1,9 milhão de hectares no Pantanal.
como pedir empréstimo no bradesco
0800 itau financiamentos
inss liga para confirmar dados
empréstimos manaus
até quanto um aposentado pode pegar de empréstimo
emprestimo funcionario publico
solicitar emprestimo bolsa familia