Santa Catarina registrou um aumento significativo de casos confirmados de febre oropouche. A doença é transmitida pelo mosquito conhecido como maruim e apresenta sintomas semelhantes aos da dengue.
De acordo com o último boletim divulgado Pela Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), 78 casos da doença já foram confirmados no Estado. O município com maior incidência de febre é Luiz Alves (35), seguido de Botuverá (16) e Brusque (6).
Identificada no Brasil na década de 1960, a doença já é considerada um surto na região amazônica neste ano. Segundo R7, que consultou especialista no assunto, o aumento da transmissão pode estar relacionado às mudanças climáticas.
Mudanças climáticas e o aumento da febre oropouche
Segundo o infectologista e professor de medicina da Faculdade de Ciências Médicas, Luiz Wellington Pinto, o desequilíbrio da natureza, as mudanças climáticas e o desmatamento podem ser as causas do aumento da transmissão da febre oropouche.
“Essas mudanças estão fazendo com que algumas doenças que já existiam apareçam com mais frequência”, explicou.
Estudo publicado pelo Laboratório de Parasitologia do Butantã em 2017, na revista Plos Neglected Tropical Diseases, já apontava as mudanças climáticas como fator de aumento da distribuição da Febreropouche e de outras doenças como Mayaro (MAYV), Rocio (ROCV) e Santo Encefalite de Louis (SLEV). Todos eles estão ligados a vírus transmitidos por mosquitos.
“Os primeiros relatos dessa febre foram na década de 1960, quando começaram a construir a rodovia Belém, em Brasília. Hoje, existem vários casos em outras partes do Brasil e em outros países, como Venezuela, Colômbia e Peru”, disse Luiz.
Como identificar os sintomas da febre oropouche
De acordo com Ministério da Saúde, a febre oropouche se assemelha aos sintomas de outras doenças, como a dengue, por exemplo. Ambas as doenças podem apresentar sintomas semelhantes, como febre, dores no corpo e nas articulações, dor de cabeça e cansaço.
Porém, existem diferenças específicas nos sintomas e no curso da doença, e o diagnóstico diferencial é feito com base em testes específicos para cada vírus.
Tratamento
Segundo o Ministério da Saúde, a febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus. Não existe tratamento específico, mas o paciente deve permanecer em repouso e receber acompanhamento médico.
Analgésicos e antipiréticos comuns podem ser prescritos para aliviar os sintomas, que são muito semelhantes aos da dengue.
Transmissão de doenças
A doença não é transmitida pela picada do Aedes aegypti (dengue), mas sim por outros mosquitos, principalmente o Culicoides paraensis, conhecido como maruim.
Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Se uma pessoa saudável for picada por um mosquito infectado, ela pode contrair o vírus.
Proliferam principalmente durante períodos de calor em ambientes úmidos, como em áreas próximas a manguezais, lagos, pântanos e rios.
Mas não se restringem ao meio rural, estando presentes em espaços urbanos com disponibilidade de água e matéria orgânica, principalmente próximos a hortas, jardins e árvores.
Além disso, o Culex quinquefasciatus, uma das espécies popularmente chamadas de mosquito, também pode atuar como vetor.
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