Segundo o ex-investigador da Delegacia Especializada de Repressão a Assaltos, Roubos e Sequestros a Bancos (Garras) Jean Carlos, “a milícia Nome teve participação nos Três Poderes”.
O discurso foi proferido durante o júri popular que começou ontem e que levou a tribunal quatro arguidos acusados de envolvimento na execução de Marcel Colombo, o Playboy da Mansão.
Durante o julgamento desta segunda-feira, à tarde, Jean Carlos, ouvido como testemunha no processo, relatou que durante a Operação Ormetá Marcelo Rios – um dos réus – disse ao investigador que seu chefe, Jamil Name, estava envolvido em diversas homicídios em Campo Grande.
Nessa conversa entre Jean Carlos e Rios, o ex-guarda municipal relatou que Jamil Name Filho, o Jamilzinho, mandou matar Colombo por causa de um desentendimento entre os dois em uma boate da Capital.
“Jamil Name Filho e Marcel Colombo discutiram em uma boate de Campo Grande, e depois dessa briga que tiveram, Jamilzinho teria ficado obcecado em tirar a vida de Marcel”, declarou Jean Carlos no julgamento, citando as palavras de Rios a ele durante o julgamento. Investigação da Operação Omertá.
O investigador afirmou ainda em seu depoimento que Rios lhe contou que Guri (termo que ele usou para se referir a Jamilzinho) lhe deu R$ 50 mil para matar Playboy da Mansão durante o período em que Colombo esteve preso, livrando-o assim de qualquer suspeita, pois a vítima morreria dentro do sistema prisional.
“Esse crime não aconteceu na prisão, aconteceu que Marcel Colombo acabou se beneficiando de autorização de soltura e saiu do sistema penal, e por isso Jamilzinho começou a cobrar mais de Marcelo Rios para que ele terminasse de cumprir o plano que tinha de matar Marcelo Colombo. E se isso não o matou lá [no presídio]ele teve que se virar e matar na rua”, disse Jean Carlos.
A execução na Mansão Playboy ocorreu quando a vítima e outros dois amigos estavam sentados à mesa de um bar quando, por volta da meia-noite do dia 18 de outubro de 2018, um homem chegou ao local em uma motocicleta, estacionada atrás do carro da vítima e, ainda usando um capacete, aproximou-se dele por trás e atirou.
A vítima morreu no local e um jovem de 18 anos foi atingido no joelho. Segundo a investigação do caso, realizada pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), José Moreira Freires, Marcelo Rios e o policial federal Everaldo Monteiro de Assis (ambos réus no julgamento) foram os intermediários do crime, sendo responsável pela recolha de informações sobre a vítima. Além disso, o foragido Juanil Miranda teria sido o autor do tiroteio.
A defesa de Rios, durante o julgamento, questionou Jean Carlos sobre a gravação dessas conversas com o réu em Garras, alegando que essas declarações prestadas no julgamento não estavam formalizadas no relatório do investigador. Jean Carlos relatou que nem todas as conversas informais registradas nas 56 páginas do relatório estão contidas nele, porém, essas declarações de Rios foram de fato ditas a ele.
A LUTA
Segundo Marcelo Oliveira Provenzi, testemunha de defesa entrevistada no Tribunal do Júri, o desentendimento entre Jamilzinho e Playboy da Mansão começou quando Colombo pegou cubos de gelo com a mão na mesa em que Jamilzinho estava sentado, em uma boate de Campo Grande.
“Marcel passou uma e duas vezes mexendo no balde de gelo, e Jamilzinho disse [‘por que você está metendo a mão no meu balde de gelo?’]e assim começou a confusão”, disse Provenzi ao júri.
BILHETE
Acostumado a interrogatórios e depoimentos, o delegado Tiago Macedo dos Santos chorou na manhã de ontem ao falar como testemunha de julgamento sobre um bilhete elaborado por um presidiário da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), no qual informava que a família Name iria estar tramando a sua morte e a de outros membros da força-tarefa Omertà.
O bilhete foi escrito em um pedaço de papel higiênico por um detento que acompanhava conversas entre Jamil Name – falecido em 2021 no presídio de Mossoró antes mesmo de ser julgado –, seu filho, Jamilzinho, e outros integrantes da suposta milícia de extermínio que estavam prisioneiros daquele complexo prisional.
A nota desse preso, cuja identidade foi preservada durante o júri, mas que se tornou pública durante as investigações, continha a informação de que, além de Santos, havia um plano para executar o delegado Fábio Peró e sua família, que comandava as operações. que resultou na prisão e condenação da milícia. Essa nota, segundo o depoimento, continha também o nome de um promotor.
À tarde, o delegado João Paulo Sartóri prestou depoimento como testemunha, que também foi interrogado em relação aos supostos bilhetes.
“Esse bilhete foi apreendido pela Penitenciária Federal de Mossoró e, entre os fatos, havia ameaças [a membros] que atuam na investigação: promotores e defensores públicos. Também foi citada a arma que teria executado Marcel, que teria sido escondida por Antunes”, disse Sartóri.
Segundo informou o delegado, o conteúdo da nota indicava que Rios deveria assumir toda a culpa pelo crime contra a vida da Mansão Playboy. E reforçou que, dadas as circunstâncias em que a nota foi apreendida, não havia dúvidas sobre a sua origem. (Naiara Camargo colaborou)
Descobrir
Diferentemente do julgamento da morte de Matheus Teixeira, em que o plenário nos dias do julgamento estava lotado, no primeiro dia do caso Playboy da Mansão poucas pessoas acompanharam a fala das testemunhas no Tribunal do Júri de Campo Grande.
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