O voto feminino tornou-se estratégico na eleição para a Prefeitura de São Paulo, sendo prioridade para alguns candidatos e motivo de preocupação para outros. Representando 54% do eleitorado paulista, as mulheres também ficam mais indecisas que os homens nas pesquisas espontâneas, nas quais os eleitores revelam suas intenções de voto sem o auxílio de uma lista de candidatos – fato que reforça o peso desse segmento na definição dos rumos da disputa na capital paulista.
Para se ter uma ideia, na última pesquisa Datafolha, 47% das mulheres disseram não saber em quem votar para prefeito de São Paulo na pesquisa espontânea. Essa taxa é significativamente menor entre os homens, com apenas 28% deles se declarando indecisos.
Na pesquisa estimulada, em que os entrevistados têm acesso à lista de candidatos, o voto feminino é dividido entre o deputado federal Guilherme Boulos (23%), do PSOL, e o atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes (22%), do PSOL. MDB. O influenciador Pablo Marçal (PRTB) aparece com 16%, seguido pela deputada federal Tabata Amaral (PSB), com 11%.
MÃE E AVÓ. Para conquistar o eleitorado feminino, o candidato do PSOL incluiu a mãe e a avó nos encartes do horário eleitoral; priorizou depoimentos de mulheres sobre seu papel no movimento de moradores de rua e destacou a presença de Marta Suplicy (PT) em sua chapa. Apresentou também propostas específicas para atrair eleitoras, incluindo a criação de Centros de Atendimento à Mulher e a ampliação da Patrulha Maria da Penha, e se comprometeu a ter uma secretaria igualitária. Nas redes sociais, Boulos lançou luz sobre polêmicas de seus adversários que podem causar tensão entre as eleitoras.
De olho no voto feminino, Nunes produziu materiais específicos voltados ao público feminino. Na semana passada, ele compartilhou um vídeo com depoimentos de mulheres afirmando que em sua gestão mais da metade dos cargos de liderança são ocupados por representantes femininas. Mais recentemente, passou a divulgar a proposta do programa “Mamãe Tarifa Zero”, de oferecer transporte gratuito nos ônibus da capital às mães cadastradas no CadÚnico que precisam levar seus filhos de e para creches municipais.
IMPULSIONAR. Tabata também tem focado no público feminino. Como mostra o Estadãoo deputado é o candidato que, proporcionalmente, mais investiu na promoção de conteúdos voltados para esse segmento. Ela lembra muitas vezes que tem a única chapa composta por duas mulheres na eleição – a professora Lúcia França (PSB) é sua candidata a vice-presidente. Tabata apresenta propostas como a recriação da Secretaria da Mulher; paridade de gênero nas secretarias; a criação da Rede de Apoio às Mães Atípicas Paulistas, voltada ao atendimento de mães de pessoas com deficiência; e a ampliação do quadro de pessoal do GCM exclusivo para o Programa Guardiã Maria da Penha.
Datena defende iniciativas que vão desde a ampliação das creches em duas horas até a ampliação das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) e do programa Guardiã Maria da Penha. Embora as suas intenções de voto sejam semelhantes entre mulheres e homens, os membros da campanha dizem que são mais receptivos a ele em eventos de rua.
Marçal tem enfrentado dificuldades em conquistar o apoio das mulheres, ao mesmo tempo que goza de maior popularidade entre os homens. O tom agressivo e as declarações apontadas pelos adversários como misóginas estão entre os motivos que o afastam das eleitoras. Uma das estratégias da influenciadora para atrair o voto feminino é destacar propostas para os jovens, visando conquistar o apoio de mães que estão preocupadas com a falta de oportunidades no mercado de trabalho para seus filhos.
A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
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