A brasileira Cláudia de Albuquerque Celada, 23 anos, contraiu botulismo após consumir sopa enlatada durante um intercâmbio em Aspen, nos Estados Unidos. O corpo da jovem ficou completamente paralisado em fevereiro e ela ficou internada até agosto. Ela entende o que é botulismo.
Segundo o Ministério da Saúde, o botulismo é uma doença bacteriana grave, não contagiosa e que pode levar à morte. As bactérias Clostridium botulinum É encontrada no solo, nas fezes humanas ou de animais e nos alimentos, como foi o caso da jovem brasileira.
A infecção faz com que o corpo paralise devido a uma potente neurotoxina produzida pela bactéria. A toxina pode causar intoxicações graves em questão de horas, mesmo se ingerida em quantidades muito pequenas, podendo até matar por paralisia dos músculos respiratórios.
Alimentos industrializados como a sopa consumida por Cláudia de Albuquerque Celada são comuns nos Estados Unidos, mas, segundo o Ministério da Saúde brasileiro, é raro contrair botulismo por meio de enlatados industrializados.
No botulismo alimentar, os produtos contaminados mais comuns são: conservas de vegetais (principalmente artesanais, como palmito, picles e pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (como salsicha, presunto e “carnes enlatadas”); peixes defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijo.
Quais são os tipos de botulismo?
Além da comida, Clostridium botulinum entra no corpo através de fissuras na pele. Existe também uma versão intestinal da doença, na qual os esporos contidos em alimentos contaminados se fixam e se multiplicam no intestino, onde a toxina é absorvida.
- Botulismo de origem alimentar: ocorre devido à ingestão de toxinas em alimentos contaminados que foram produzidos ou conservados de forma inadequada. O período entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas, dependendo da concentração da toxina ingerida.
- Botulismo de feridas: é uma das formas mais raras de contrair a doença, segundo o Ministério da Saúde. A infecção ocorre principalmente por esmagamento de membros, feridas profundas, lesões causadas por agulhas em usuários de drogas injetáveis, lesões nasais em usuários de drogas inalatórias, são os tipos de lesões com maior probabilidade de serem contaminadas. O período de incubação varia de 4 a 21 dias, com média de 7 dias.
- Botulismo intestinal: A bactéria ingerida através de alimentos contaminados se instala no intestino, onde a toxina é produzida e absorvida. Os fatores de risco para adultos são cirurgia intestinal, doença de Crohn e uso prolongado de antibióticos, o que levaria a alterações na flora intestinal. O período de incubação é desconhecido.
- Botulismo infantil: É do tipo intestinal e é mais comum em crianças entre 3 e 26 semanas. A principal causa da doença é a ingestão de mel de abelha pelos bebês.
Saiba quais são os sintomas mais comuns do botulismo
Os sintomas variam dependendo do tipo de botulismo, mas as queixas mais comuns incluem:
- dores de cabeça;
- vertigem;
- tontura;
- sonolência;
- visão turva;
- visão dupla;
- diarréia;
- náusea;
- vômito;
- dificuldade em respirar;
- paralisia dos músculos respiratórios, braços e pernas;
- envolvimento de nervos cranianos;
- constipação;
- infecções respiratórias.
Como se prevenir? Veja dicas do Ministério da Saúde
- evitar consumir conservas que estejam em latas recheadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou com alterações de cheiro e aparência;
- produtos industrializados e conservas caseiras que não sejam seguros devem ser fervidos ou cozidos por pelo menos 15 minutos antes de serem consumidos (altas temperaturas podem eliminar as toxinas do botulismo);
- não guarde alimentos em temperatura superior a 15ºC;
- No preparo de conservas caseiras, os cuidados de higiene devem ser rigorosamente observados;
- ao consumir alimentos preparados fora de casa, certifique-se de que as medidas de higiene foram adotadas pelo estabelecimento ou vendedor;
- lave sempre as mãos;
- Nunca dê mel a uma criança menor de um ano.
Brasileira que sofreu paralisia após consumir sopa enlatada tem alta
A jovem Cláudia de Albuquerque Celada foi internada no dia 17 de fevereiro de 2024, nos Estados Unidos, após contrair botulismo por causa de sopa enlatada. Ela tinha o corpo paralisado e precisava de aparelho respiratório.
“Era só uma colher. Me senti muito cansado, tonto, visão turva. Dormi o dia todo. Comecei a sentir falta de ar de manhã cedo. Eu estava sempre consciente, só que meu corpo não respondia aos comandos. Eu mal podia esperar que isso passasse. Acompanhei tudo o que acontecia ao meu redor, mas não conseguia me comunicar”, lembra Cláudia, em entrevista ao Uol nesta segunda-feira (9).
Em maio, após 70 dias internada nos Estados Unidos, a família conseguiu transferir a jovem para a UTI do Hospital e Maternidade São Luiz São Caetano, em São Paulo.
A brasileira conseguiu recuperar alguns movimentos, agora consegue escrever o nome sozinha e respirar sem equipamentos. Cláudia teve alta hospitalar definitiva no dia 1º de agosto e está fazendo tratamento fisioterapêutico em casa.
“O tratamento imediato reduz significativamente o risco de morte do paciente, mas é necessário acompanhamento médico. Além disso, o processo de recuperação é lento e depende de como o sistema imunológico reage para eliminar a toxina do organismo. Se tratada adequadamente, a doença tem cura e não deixa consequências”, explica o Ministério da Saúde.
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