As colaborações entre Jerson Domingos, Osmar Jeronymo, Marcio Monteiro e Flávio Kayatt continuam a todo vapor no TCE-MS
Embora o conselheiro Jerson Domingos se esforce para ser o único candidato à presidência do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) nas eleições de dezembro, o Correio do Estado apurou que os outros três conselheiros – Osmar Jeronymo , Marcio Monteiro e Flávio Kayatt – também concorrem à presidência do novo órgão de governo para o biênio 2025-2026.
Com isso, o trabalho de Domingos terá de ser hercúleo para tirar os três colegas da disputa e, desta forma, garantir a reeleição para um segundo mandato à frente do comando do TCE-MS, que já carece de assessores Irã Coelho das Neves, Waldir Neves e Ronaldo Chadid.
Eles estão afastados do Tribunal de Contas desde 8 de dezembro de 2022 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em razão das investigações das operações Mineração de Ouro, Terceirização de Ouro e Casa de Ouro, todas instauradas pela Receita Federal Polícia (PF) contra esquema de corrupção que supostamente desviou mais de R$ 100 milhões do TCE-MS.
No lugar desses três vereadores destituídos estão os vereadores suplentes Célio Lima de Oliveira, Leandro Lobo Ribeiro Pimentel e Patrícia Sarmento dos Santos, que – apesar de não poderem votar e, consequentemente, concorrer ao cargo – estão autorizados a votar, não impedindo a reivindicação ocorra.
JUNTAS
A reportagem também obteve a informação de que Domingos deseja a reeleição para encerrar a carreira no TCE-MS como presidente, pois está próximo de se aposentar, em razão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Bengala, que estabelece aposentadoria compulsória para todos os cidadãos públicos. servidores da União, dos estados e dos municípios ao completarem 75 anos.
O atual presidente atingirá o limite de idade em 14 de novembro de 2025, ou seja, um ano antes do término de seu possível segundo mandato à frente do TCE-MS, porém, é justamente por causa dessa PEC que os demais conselheiros consideram seu a candidatura à reeleição é inviável.
A explicação é que como ele completará 75 anos em 2025, essa possibilidade faria com que o vice-presidente assumisse a presidência do TCE-MS e convocasse uma nova eleição no início de 2026, para escolher um novo órgão de governo, a antecipação na reclamação subsequente demora mais de 10 meses.
Porém, Domingos, segundo interlocutores, tinha um ás na manga para esse problema: alterar o estatuto do TCE-MS, resolvendo assim esse impasse. A medida buscaria autorizar o deputado do Tribunal de Contas a assumir o cargo nos casos de aposentadoria do presidente por atingir o limite de idade e não precisar mais convocar nova eleição, encerrando o mandato.
Desta forma, o conselheiro que for escolhido para ser substituto de Domingos numa provável recondução ao cargo já saberia antecipadamente que assumiria a presidência do órgão social em novembro de 2025, após a reforma compulsória do titular.
Esta solução salomónica que está a ser articulada pelo atual presidente do Tribunal de Contas resolveria também outro impasse: a dificuldade na formação de chapa, porque são necessários três conselheiros.
Devido às saídas de Iran Coelho das Neves, Ronaldo Chadid e Waldir Neves, o TCE-MS conta atualmente com apenas quatro integrantes. Ou seja, como os conselheiros titulares querem a presidência do Tribunal, faltariam nomes para os cargos de vice-presidente e de inspetor-geral.
Assim, Domingos – segundo a reportagem – usará o argumento da mudança do estatuto para convencer Osmar Jeronymo, Marcio Monteiro e Flávio Kayatt a serem vice-presidentes na nova chapa, já que, na prática, um deles poderá se tornar presidente em novembro 2025 e ainda busca a reeleição.
Caso não haja consenso, de acordo com o regimento interno, o atual órgão gestor do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul deverá ser reconduzido ao cargo pelos próximos dois anos. Dessa forma, Jerson Domingos continuaria como presidente.
Descobrir
O primeiro presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) foi o conselheiro Edyl Pereira Ferraz, eleito em 28 de março de 1980 para mandato de apenas um ano.
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