Obras do Rodoanel, que ligará a BR-267 à Ponte Bioceânica, custaram R$ 472,4 milhões em recursos do governo federal
Ao custo de R$ 472,4 milhões em recursos do governo federal, via Novo PAC, o Rodoanel Rota Bioceânica será concluído no prazo estimado de dois anos e quatro meses (final de 2026), caso o cronograma seja cumprido.
Isso significa que o acesso à ponte sofrerá um atraso de um ano em relação à entrega da travessia de concreto sobre o rio Paraguai, que está com mais de 60% da obra concluída e deverá ser concluída pelo governo paraguaio em dezembro de 2025.
Os sucessivos adiamentos da licitação e os longos processos de engenharia e desapropriações de áreas, até então ocupadas por fazendas, atrasaram o início do anel viário, criando um hiato com a conclusão da ponte.
O mesmo cenário é observado no Paraná, onde a segunda ponte de integração entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco, no Paraguai, já foi concluída, mas a liberação do tráfego está condicionada à conclusão de obras estruturais do lado brasileiro.
“Temos que evitar o mesmo erro na ponte Porto Murtinho-Carmelo Peralta, essa hipótese existe”, expressou nas redes sociais o interlocutor do Ministério dos Negócios Estrangeiros no projeto Bioceânica, o diplomata João Carlos Parkinson.
O descompasso de prazos é um fato concreto, porém, os governos federal e estaduais já admitem a implantação da rota (acordos logísticos e aduaneiros) para o final de 2026 – ou meados de 2027.
NO PARAGUAI
O cumprimento do cronograma de trabalho de contorno dependerá de vários fatores, inclusive do clima. O trecho rodoviário a ser implantado é em terreno plano no Pantanal (solo argiloso), e o período chuvoso na região ocorre normalmente entre setembro e fevereiro, com possibilidade de cheias e alagamentos do Rio Paraguai. Por isso, o projeto de engenharia prevê a construção de seis pontes de concreto para escoamento de água.
As obras do lado brasileiro não serão a única pendência da infraestrutura logística da rota, que só será concluída em 2026.
No Paraguai, foi anunciado o mesmo prazo de 26 meses para pavimentar o terceiro e último trecho da rodovia tronco do corredor (PY-15) dentro do país, de 224 km, entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, já na divisa com Argentina. A ordem de serviço foi dada ao consórcio binacional formado pelas empresas Tecnoedil, Paulitec e Cidades.
ACESSO
Conforme publicado na edição de ontem do Correio Estadualnove meses após a assinatura da ordem de serviço, ocorrida em 19 de dezembro do ano passado, as obras do anel viário que ligará a BR-267 à Ponte Bioceânica, em construção no Rio, estão previstas para começar este mês Paraguai , entre Porto Murtinho e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta.
O canteiro do grupo de três empreiteiras (Paulitec, DP Barros Pavimentação e Construtora Caiapó) começa a ser instalado próximo à rodovia federal.
O contorno de 13,1 km de extensão é uma das obras estratégicas para viabilizar a Rota Bioceânica, projeto transfronteiriço de grande magnitude que abrirá um novo corredor comercial entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile destinado aos mercados da Ásia, Oceania e Europa. costa oeste das Américas, conectando os oceanos Atlântico e Pacífico. O transporte, atualmente realizado pelo Canal do Panamá, será 8 mil km mais curto ou aproximadamente 15 dias.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ainda não tem data precisa quanto ao início das obras do contorno, informando, em nota, que “será em breve”.
ROTA
As obras da Rota Bioceânica deverão ser concluídas em dois anos e meio, ou seja, entre o final de 2026 e o início de 2027, segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). Jaime Verruck.
O secretário explicou, porém, que a previsão se refere a obras físicas, que incluem a pavimentação de trechos de rodovias no Paraguai e na Argentina, a construção da ponte sobre o rio Paraguai e o acesso e reestruturação da BR-267 até Porto Amora.
Além destas obras, para Verruck, o percurso só será considerado totalmente concluído quando estiver operacional. “Só vai gerar impacto no dia em que sairmos com um produto daqui do Mato Grosso do Sul e chegarmos com ele na China com preço competitivo.”
A operacionalização envolve outros gargalos que vão além das obras físicas, como desafios na passagem de fronteiras, que precisam ser resolvidos para tornar a rota competitiva.
O percurso da Rota Bioceânica será um corredor rodoviário com 2.396 quilômetros de extensão que liga os dois maiores oceanos do planeta, o Atlântico e o Pacífico, passando pelos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e Argentina.
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