A preocupação com os efeitos que as ondas de calor causam na saúde humana será levada pelo governo brasileiro para discussões no G20 (Grupo dos 20 países que reúne as maiores economias do mundo). A informação é da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que participou, nesta segunda-feira (9), da conferência que reuniu institutos nacionais de saúde pública, no Rio de Janeiro.
“As ondas de calor têm um efeito muito forte na saúde, especialmente nas pessoas idosas e mais vulneráveis e na sociedade como um todo, podendo causar problemas não só cardiovasculares e de desidratação. São pontos de preocupação e de grande alerta”, disse o ministro aos jornalistas, após a abertura da reunião.
A conferência marca a primeira reunião de institutos nacionais de saúde pública no âmbito do G20, que está sob a presidência temporária do Brasil. No total são mais de 120 instituições, presentes em cerca de 100 países. No Brasil, o papel de instituto nacional cabe à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A Ministra Nísia Trindade destacou que as ondas de calor não afetam apenas a saúde humana. “Eles afetam as condições de pesca, as condições do ar e tudo isso, impactando até a possibilidade de um uso racional e sustentável da biodiversidade. É um impacto enorme. É por isso que a preparação do Brasil para esta agenda é tão importante tanto no G20 quanto na COP 30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que acontecerá em novembro de 2025 em Belém]”.
O Brasil tem experimentado cada vez mais ondas de calor em diversas regiões, com temperaturas superiores a 40 graus Celsius (°C). Além disso, o país enfrenta a pior seca em mais de 70 anos, além de incêndios em quase todas as unidades da federação.
Prioridades
O ministro explicou que a preocupação com as ondas de calor insere-se num dos quatro eixos prioritários da conferência dos institutos nacionais de saúde pública: alterações climáticas e saúde.
Além do eixo alterações climáticas e saúde, os outros três temas prioritários são: preparação e resposta a emergências sanitárias; saúde digital para expandir o acesso aos cuidados de saúde e integração de dados; e equidade no acesso à saúde.
Este último é considerado pelo ministro um tema “transversal”, pois está presente em todas as prioridades.
Sobre a preparação para emergências, Nísia acrescentou que existe uma proposta de “aliança para a produção local e regional de vacinas, medicamentos e garantia de acesso a estes bens de saúde”.
A conferência acontece até quarta-feira (11) no hotel Rio Othon Palace. No último dia de debates, os participantes farão uma declaração que será encaminhada aos Ministros da Saúde do G20. O objetivo é que as prioridades cheguem aos chefes de Estado.
Conhecimento estratégico
Nísia Trindade destacou a importância dos participantes do encontro. “São institutos que reúnem pesquisa, ações de saúde pública e vigilância em saúde, ou seja, que concentram conhecimentos estratégicos para a saúde pública.”
Entre os participantes estão instituições como a Fiocruz e os Centros de Controle de Doenças (CDCs) dos Estados Unidos, China, África e Europa, que têm sido fundamentais na detecção de epidemias.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, enfatizou que a realização do evento está alinhada com a reinserção do governo brasileiro no contexto internacional, sobretudo, defendendo o multilateralismo.
“A saúde global não pode ser tratada individualmente [apenas dentro de um país]. A Fiocruz está totalmente sintonizada com isso, tornando no seu âmbito de atuação acordos regionais, bilaterais, sempre com uma perspectiva de saúde global”, disse, apontando a América Latina e a África como regiões de grande interesse para cooperação.
Anunciou que a Fiocruz, que já tem escritório em Maputo, capital de Moçambique, está a caminho de abrir mais três: em Adis Abeba (Etiópia), Lisboa (Portugal) e Washington (Estados Unidos).
MPox
A Ministra Nísia Trindade destacou a sua presença no evento CDC – África. O órgão foi o primeiro a declarar inicialmente estado de emergência sanitária para mpox no continente africano, na primeira quinzena de agosto. Posteriormente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma emergência global.
Nísia explicou que o principal foco do ministério em relação à doença é a “vigilância e monitoramento dos casos”.
De janeiro a agosto, o Brasil registrou 945 casos confirmados ou prováveis de mpox, segundo o ministério. O número supera o total do ano passado (853).
Ela explicou que a nova variante (1b) que causou a emergência global não foi identificada no Brasil, mas não descartou a chegada do vírus.
“Temos um centro de operações emergenciais realizando monitoramento permanente no Brasil. Até o momento não houve entrada de nenhuma pessoa com essa variante do vírus que causou a emergência”, afirmou.
No entanto, ela acredita que a chegada da variante é possível: “com a globalização e as viagens, há sempre um risco potencial de chegada rápida”.
O ministro considera que a mpox tem menor potencial de disseminação em comparação com outras doenças.
“No caso da mpox, é diferente de uma doença respiratória, em que a transmissão é muito mais rápida e extensa.”
“Em caso de qualquer sintoma, principalmente lesões de pele, a orientação é procurar atendimento médico imediato”, aconselhou.
G20
A presidência brasileira do G20 vai até a reunião de cúpula dos dias 18 e 19 de novembro. O G20 é formado por 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia e duas alianças regionais: a União Africana e a União Europeia.
Os membros do grupo representam cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população do planeta. A próxima presidência temporária do grupo caberá à África do Sul.
taxas de juros para emprestimos
telefone 0800 bmg
tabela de empréstimo consignado bradesco
empréstimo consignado empresa privada
emprestimo para carteira assinada
sim empréstimos telefone
melhor banco para fazer empréstimo
itau portabilidade consignado