O pastor Silas Malafaia, responsável pela organização do movimento Bolsonaro no dia 7 de setembro, gravou um vídeo chamando Pablo Marçal de “narcisista” e afirmando que ele “não é digno do voto da direita e dos evangélicos”.
Na gravação, compartilhada em suas redes sociais, Malafaia questiona o fato de Marçal ter chegado à Avenida Paulista somente após o término do ato: “Dos dois, um: ou [ele tem] medo ou [tem] de acordo com o [ministro do STF] Alexandre de Moraes. Porque ele sabia que íamos pedir impeachment e denunciar os crimes dele”, declarou o pastor.
Marçal respondeu à publicação de Malafaia escrevendo: “Ainda te amo apesar de você me odiar”, disse o ex-técnico sobre o vídeo. Chegou a alfinetar o pastor: “O vídeo era esse? Faça a M28 em São Paulo. No Rio, ajude Ramagem! Lá é ruim”.
“Esse cara é narcisista, megalomaníaco, arrogante. Ele quer aproveitar tudo. risco de. E repito aqui: para isso Pablo Marçal só chegou depois do término do evento. Um dos dois: ou medo ou acordo com Alexandre de Moraes porque ele sabia que íamos pedir? impeachment e denunciar seus crimes”, disse Malafaia.
No sábado, após criar suspense sobre sua participação no 7 de Setembro, Marçal desembarcou de helicóptero próximo à Avenida Paulista, caminhou no meio da multidão, tirou fotos com apoiadores e, encerrado o evento, tentou subir no trio elétrico onde estava Bolsonaro, mas foi barrado.
O ex-técnico gravou vídeos para suas redes sociais reclamando de ter sido impedido, o que irritou apoiadores de Bolsonaro e organizadores de eventos. No domingo, 8, Bolsonaro divulgou nota acusando Marçal de fazer “plataforma às custas dos outros” e afirmou que foi bloqueado por “questões óbvias”.
No vídeo publicado em suas redes, Malafaia afirma que Marçal não é “digno do voto da direita, dos evangélicos, nem do povo paulista”.
Ele também critica o fato de o candidato não ter utilizado suas redes sociais para promover o ato bolsonarista em Paulista e acusa Marçal de tentar criar uma “cortina de fumaça” ao questionar a reportagem da Folha de S.Paulo que revelou que o gabinete do ministro da União O Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu ordens oficiosamente para a produção de relatórios pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Malafaia disse ter ouvido “gente de direita e alguns irmãos evangélicos” lhe dizerem para não se opor a Pablo Marçal, sob o argumento de que isso poderia favorecer o candidato de esquerda Guilherme Boulos (PSOL).
“Isso significa que alguém da direita mente, diz meia verdade, quer aproveitar o que não ajudou nem construiu, quer selar, e vamos ficar calados só porque eles estão no certo? Qual personagem é o nosso?”, questionou o pastor.
Marçal tem evitado críticas diretas a Alexandre de Moraes em entrevistas, o que irritou os bolsonaristas. Durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, ele afirmou que o STF é muito “político”, mas evitou declarações mais contundentes, justificando que isso poderia prejudicá-lo.
“Já estou tendo problemas com o governador do Estado, com o prefeito de São Paulo e com o presidente da República. Vou ter problemas com o STF também?”, disse na época.
Na noite de domingo, Bolsonaro compartilhou em sua lista de transmissão um vídeo em que Pablo Marçal é descrito como “traidor”, “arregão” e “aproveitador”, mostrando uma deterioração no relacionamento entre os dois, que vinham trocando flertes nas últimas semanas .
O vídeo é narrado por um locutor que acusa Marçal de ter “medo” de Alexandre de Moraes e mostra uma entrevista em que o ex-técnico afirma que “não tem problemas” com o ministro. O locutor então responde: “Pode não ser a sua luta, Marçal, mas é a nossa”.
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