Além do jogo entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, o primeiro da história da NFL no Brasil, São Paulo também recebeu neste final de semana o Miami Dolphins e o New England Patriots, franquias que possuem direitos de comercialização no país.
Os Pats mudaram de status no início deste ano, e aproveitaram a ocasião para trazer vários executivos para estarem presentes aqui, vislumbrando o futuro das ações em terras verdes e amarelas, e dois ex-jogadores, Stephen Gostkowski e Malcolm Butler, que interagiu com os fãs.
Gostkowski jogou como chutador na NFL por 15 anos (2006 a 2020), os primeiros 14 com os Patriots e o último com o Tennessee Titans. Considerado uma lenda na liga, ele venceu três Super Bowls na Nova Inglaterra, foi o maior artilheiro de uma temporada da NFL em cinco ocasiões, tornou-se o recordista de pontos do time e foi eleito para o time da década de 2010 da NFL.
Butler foi cornerback (posição responsável por marcar os recebedores e impedir jogadas aéreas) dos Pats entre 2014 e 2017, conquistando dois títulos e sendo o herói do Super Bowl XLIX (49). No jogo de 28 a 24 contra o Seattle Seahawks, em fevereiro de 2015, ele interceptou o quarterback Russell Wilson nos segundos finais e fez uma das jogadas mais importantes de todos os tempos.
Em conversa exclusiva com a Globo, no NFL Experience, evento organizado pela liga no Parque Villa-Lobos, a dupla, que veio ao Brasil pela primeira vez, disse ter ficado surpresa com a recepção da torcida. Os Patriots se tornaram muito populares por aqui após vencerem seis Super Bowls neste século, todos sob o comando do quarterback Tom Brady, considerado o maior da história.
— É muito legal ver que alguém de tão longe acompanha nosso time. Não falamos a mesma língua, mas falamos a língua do futebol americano — disse Gostkowski. — É bom estar aqui e ver o quanto os brasileiros estão entrando no jogo.
Butler chama atenção especial por ter sido protagonista de uma peça imaculada. No Brasil, ele recebeu carinho de torcedores dos Patriots aos torcedores dos Seahawks. Uma fila se formou por algumas horas para conseguir autógrafos e tirar fotos com os dois.
— Fiz muitas outras jogadas, outras interceptações, mas nenhuma superou aquela do Super Bowl. E todos nós amamos o futebol americano. Eu não me importo se eles usam uma camisa de Russell Wilson ou Buffalo Bills (rival dos Patriots). É tudo uma questão de futebol americano — revelou Butler.
Os dois ex-jogadores foram à Neo Química Arena, estádio do Corinthians, e assistiram à vitória dos Eagles por 34 a 29 sobre os Packers. A avaliação do evento foi boa e a dupla já está ansiosa por um futuro jogo da sua seleção no Brasil.
— É bom para o esporte crescer. E há tantas crianças aqui que provavelmente querem experimentar o futebol americano. Isso ajuda a desenvolver o jogo. Em 10 ou 20 anos, você verá muitos jogadores de diversos países na NFL, bem como na NBA (American Basketball League). Quanto mais gente puder assistir, melhor — declarou Gostkowski.
— Achei que os Patriots já estivessem jogando aqui, porque vi tantas camisas. Tantas camisas de Tom Brady e Gronkwoski (ex-tight end do Patriots), que senti como se estivéssemos em Foxborough (cidade onde o time joga) — completou Butler.
Os dois também foram à watch party organizada ontem em São Paulo, para acompanhar a vitória dos Patriots sobre o Cincinnati Bengals, por 16 a 10. A aproximação entre a franquia e o Brasil promete ser cada vez maior no médio prazo (os direitos internacionais duram cinco anos).
— A única coisa que não gostei foi do trânsito, mas fora isso, adoramos — brincou Gostkowski. —Provavelmente voltarei nos próximos meses, cara (risos) — concluiu Butler.
Leia a entrevista completa:
É a primeira vez que você vem ao Brasil?
Mordomo: Sim, senhor. Primeira vez. Estou gostando. É lindo. Ainda não pude ir à praia, mas gostaria de ir. Há muitos fãs aqui no Brasil e eles nos apoiam muito.
Gostkowski: Também é minha primeira vez. Todo mundo está sendo muito gentil. A energia em torno do jogo e do futebol, especialmente para os Patriots – e há muitos fãs dos Patriots aqui – é muito legal. Você vê como as pessoas estão entusiasmadas com o futebol americano. Estamos todos entusiasmados lá em casa (EUA), porque a temporada também está começando, com essa energia. É uma ótima época do ano. É muito bom estar aqui e ver o quanto os brasileiros estão entrando no jogo.
Os Patriots têm uma grande base de fãs aqui. O que eles dizem para você?
Gostkowski: É muito legal ver que alguém de tão longe segue nosso time e é torcedor do Patriots. O sorriso que o futebol americano coloca no rosto, assim como o esporte em geral. Você apoia um time e tem alguém para comentar, alguém com quem você pode apertar a mão. Não falamos a mesma língua, mas falamos a língua do futebol americano, e é lindo.
Butler: Eu penso a mesma coisa, cara. Ter fãs ao redor do mundo é uma coisa linda. Quando cheguei aqui pensei que não teria muita gente que me conheceria, mas muita gente me reconhece e quer tirar fotos. É uma coisa especial, cara. O futebol americano une muitas pessoas. E como disse Steve (Gostkowski), podemos não falar a mesma língua, mas falamos a língua do futebol americano, e isso nos aproxima.
Como herói do Super Bowl 49, há algo ainda mais especial?
Butler: Quando você faz uma das maiores jogadas da história do Super Bowl – e obviamente isso é verdade (risos) – é uma honra. Apenas uma ótima peça. Fiz muitas outras jogadas, outras interceptações, mas nenhuma superou a do Super Bowl 49. E todos nós amamos futebol. Eu não me importo se eles usam uma camisa de Russell Wilson (quarterback do Seattle Seahawks naquela final) ou uma camisa do Buffalo Bills (rival dos Patriots). É tudo sobre futebol americano. Amor é amor.
O que você achou do jogo e da atmosfera dos Eagles e Packers?
Butler: Foi um grande jogo e muito competitivo, principalmente por ser disputado pela primeira vez no Brasil. Eles deram ao país um verdadeiro show. Foi uma pontuação alta e muito disputada. Havia muita energia no estádio. Conheci muitas pessoas legais, todos eram legais e amigáveis. Foi incrível.
Gostkowski: O jogo foi espetacular. É muito legal ver como os fãs de outros países interagem com o esporte. A bateria estava incrível, o estádio estava lindo, ótimo momento. Eles tocaram ótimas músicas também, o show do intervalo foi bom. A única coisa que não gostamos foi o trânsito, mas fora isso, adoramos.
Como americanos, como vocês veem esta oportunidade para o Brasil sediar um jogo da NFL?
Butler: Eles (a NFL) fazem isso em outros países, então acho que deveriam fazer isso aqui. E pelo que vi, acho que foi um grande evento. Muitas pessoas vieram e acho ótimo para o Brasil, para a NFL e contribui para todos.
Gostkowski: Eu acho muito legal, incrível. Os times de futebol da Inglaterra também jogam nos EUA. É bom que o esporte cresça, onde quer que esteja. E há tantas crianças aqui que provavelmente querem experimentar o futebol americano, e em outros países também. Isso ajuda a desenvolver o jogo. Em 10 ou 20 anos, você verá muitos jogadores de diferentes países na NFL, assim como na NBA. Só acho que é bom para o jogo porque quanto mais gente puder assistir, melhor.
Que tal um jogo dos Patriots por aqui?
Gostkowski: Seria incrível, muito legal. Não sei como eles escolhem quais países sediarão um jogo, mas pareceu muito bem-sucedido. Então tenho certeza que eles gostariam de voltar.
Butler: Achei que os Patriots já estavam jogando aqui porque vi muitas camisas. Tantas camisas de Tom Brady e Gronkwoski (ex-tight end dos Patriots) que senti como se estivéssemos em Foxborough.
O que você tem a dizer sobre Cairo Santos (chutador brasileiro que joga no Chicago Bears) e os 10 anos que passou na NFL? Você já falou com ele?
Gostkowski: Cairo é um grande jogador, é ideal para Chicago porque é um dos lugares mais difíceis de arremessar na NFL, e ele fez um ótimo trabalho. Ele é uma ótima pessoa também. Ele é um grande embaixador da NFL no Brasil.
Você pretende voltar ao Brasil no futuro, independentemente da NFL?
Gostkowski: Eu definitivamente voltaria. Eu me diverti muito, estou pronto para ver mais nos próximos dias, estou animado para festejar com todos os fãs do Patriots. E voltaria porque quero ir à praia da próxima vez e sentir a cultura brasileira.
Butler: Provavelmente voltarei nos próximos meses, cara (risos). Eu gostei daqui. Preciso conhecer algumas praias, mas aproveitei.
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