Investing.com – Mais voos a preços mais baixos. Nos últimos anos, a estratégia adotada pela empresária Agatha Morigi para economizar nas viagens de férias a países da América Latina e do Norte tem sido utilizar milhas acumuladas por meio de cartões de crédito e programas de fidelidade em promoções que considera vantajosas. . No ano passado, ela aproveitou para ir à Bolívia. Este ano ela vai para a Europa.
“Não me lembro da última vez que paguei uma passagem aérea em dinheiro, deve ter sido há cinco anos. O combo cartão de crédito mais compra bônus ajuda muito. Para quem está começando pode parecer complicado, mas é simples. Você define um destino e precisa ser informado para transferir seus pontos para a empresa ou programa certo”, diz Morigi, que acrescenta que as passagens para quem quer viajar em outras categorias, como primeira classe ou classe executiva, são bem mais baratas em milhas .
Nos programas de milhagem, os clientes acumulam pontos que são trocados por passagens ou melhores assentos em viagens aéreas. Porém, as empresas do setor também pretendem diversificar o que é oferecido, incluindo pernoites em hotéis, cashback, compras de eletrônicos, entre outros.
Dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF), entidade que reúne empresas como Azul (BVMF:), Esfera, Latam, Livelo, Mastercard, Smiles e Stix, indicam que o faturamento desse setor totalizou R$ 5,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento anual de 13,6%.
De acordo com o Google (NASDAQ 🙂 Trends, o interesse de pesquisa por milhas atingiu recorde de pesquisas no ano passado. Com os brasileiros conscientes dos benefícios das diferentes modalidades, o primeiro passo para utilizar esse tipo de estratégia é uma mudança de mentalidade, acredita Rodrigo Góes, especialista em milhas. Segundo ele, é preciso entender que milhas valem dinheiro. “Tudo o que gastamos é feito de forma inteligente e volta para nós em forma de milhas.”
Principais formas e primeiros passos para adquirir milhas
A pontuação no cartão de crédito e a compra de milhas em programas de fidelidade são as principais formas de adquirir milhas para viagens subsequentes, destaca Goés.
“Quem está começando no mundo das milhas pensa que só é possível acumular milhas através do cartão de crédito. O cartão de crédito é uma das formas mais lentas e é uma das mais de 10 formas de acumular”, reforça o especialista.
O primeiro passo seria registrar-se gratuitamente nos programas de fidelidade das companhias aéreas. Além disso, é preciso verificar se o cartão de crédito possui ou não pontuação que pode ser trocada por milhas. Caso tenha alguma dúvida, vale conversar com o gerente do banco após pesquisar no site da instituição financeira.
Principais oportunidades para acumular milhas
É possível acumular por meio de compras em supermercados, desde materiais de limpeza, utensílios domésticos, até itens como máquina de lavar, televisão, ar condicionado, roupas, equipamentos esportivos, entre outros itens, destaca o especialista. Além disso, outras despesas, como pagamento de contas, também podem gerar pontos na compra de milhas.
O especialista afirma que os programas de fidelidade brasileiros oferecem diversas oportunidades de compra de milhas, com promoções que tornam os preços muito mais vantajosos.
“Se você compra milhas simplesmente pelo preço, elas ficam muito caras. Cada lote de mil milhas, que chamamos de milheiro, custa 70 reais, o que é um valor extremamente caro. Mas há oportunidades de comprar essas milhas mais baratas através de promoções.”
Porém, ao comprar com promoções, os preços ficam mais competitivos e, mesmo que a pessoa não vá utilizar as milhas naquele momento, a transação se torna vantajosa – mesmo que a passagem possa não ser gratuita, pois as milhas precisam ser adquiridas. serão mais baratos do que aqueles pagos em dinheiro, em geral.
O especialista separa os usuários de milhas em três etapas, desde “baby miles” até conhecedores e milheiros, estes últimos que conseguem se aprimorar para poder viajar de graça.
Como adquirir milhas a um preço mais vantajoso?
Comprar por meio de promoções e cupons de desconto tende a ser mais vantajoso, muitas vezes divulgados via e-mail marketing pelos canais oficiais das companhias aéreas e seus programas de fidelidade. “Hoje em dia a LATAM Pass fez uma promoção para comprar milhas com 63% de desconto”, explica, indicando que outras empresas operam com a mesma estratégia.
Mesmo que as milhas não sejam utilizadas agora, ao adquiri-las é possível viajar com um desconto significativo no futuro e, caso decida não viajar, o cliente pode vender as milhas. Além das estratégias das companhias aéreas, Goés cita promoções em que é possível adquirir dentro de programas específicos. A Livelo costuma fazer promoções de compras com desconto e, após a compra, o cliente pode transferir os pontos para uma companhia aérea com bônus.
“Outra oportunidade de adquirir milhas mais baratas é inscrevendo-se em clubes de passageiro frequente. Então, por exemplo, você vai se cadastrar em um clube, custa um valor fixo, mas tem promoções onde você vai pagar esse mesmo valor, mas ganhando uma quantidade adicional de pontos e milhas no período”, acrescenta Goés, citando uma promoção recente da Esfera, que proporcionou pontos adicionais, tornando a relação custo-benefício mais atrativa.
Como saber se as milhas são baratas ou não?
Para quem deseja viajar, é possível comparar o valor de uma determinada passagem aérea à vista com o custo da mesma passagem aérea com milhas, destaca o especialista.
“Se eu encontrar uma passagem que custa 2 mil reais e essa mesma passagem custa 50 mil milhas, se eu encontrar uma oportunidade de comprar as milhas, por exemplo, por 20 reais, que ainda considero um valor, dependendo do programa de fidelidade, 50 vezes 20 dá mil reais”, orienta o especialista, indicando que, se custar mais que o preço da passagem, a compra não fará sentido.
Pessoas que possuem pontos no cartão devem optar pela transferência para um programa de fidelidade de companhia aérea com bônus, orienta o especialista, indicando aguardar o momento certo, quando houver promoções para transferências de bônus.
Principais cuidados e orientações
O especialista alerta que, uma vez convertidos os pontos do cartão em milhas, não há possibilidade de posterior transferência para outro plano. “Depois de acumular pontos no programa do banco, você pode pegar esses pontos e transferi-los para programas de fidelidade de companhias aéreas parceiras. Você tem essa liberdade. A partir do momento em que seus pontos virarem milhas, ou seja, transferindo, por exemplo, do Sfera para LATAM, a partir do momento em que meus pontos virarem milhas, não poderei mais transferir do LATAM para outro programa de fidelidade”. Nesse caso, só seria possível voar em companhias aéreas parceiras da LATAM, por exemplo.
Assim, quando a passagem for mais barata com outra empresa, haveria algumas opções: ou comprar a passagem aérea com outra empresa, caso o viajante não tenha as milhas e queira comprar à vista, emitir o programa de fidelidade com as milhas disponíveis, ou vender as milhas do programa de fidelidade vigente, usar o dinheiro e comprar a passagem aérea mais barata.
O professor de economia do Ibmec-RJ, Caio Ferreira, entende que, em geral, o uso de milhas é vantajoso, com oportunidades de descontos consideráveis ou mesmo passagens com custo quase zero.
“Acho que uma ressalva importante é que o valor real das milhas tem sido muito menor ultimamente, ou seja, precisamos acumular muito mais pontos para conseguir um desconto efetivo no custo da passagem. Portanto, é importante ter isso em mente na hora de planejar seu uso”, pondera o professor.
Além disso, o professor considera importante avaliar as diferentes possibilidades de acumulação, como pontos de cartão de crédito, programas de fidelidade e as próprias milhas que são adquiridas para voar. “No entanto, adquirir milhas nos próprios programas de fidelidade tende a ter um custo elevado e tende a não valer a pena”, argumenta o professor.
Ferreira entende que caso o viajante não tenha milhas suficientes para um desconto razoável, o conselho de uma entidade financeira competente que considere mais prudente é adiar a sua utilização até que tenha acumulado um pouco mais de pontos.
“Como a gama de utilização dos pontos não é divisível, muitas vezes é mais adequado combinar todos os pontos numa única conta familiar através de transferências diretas de milhas ou pontos”.
Independentemente da estratégia de gestão de milhas, o professor destaca que as regras do mercado são válidas – os preços dependem da oferta e da procura de voos. Na alta temporada, os preços das passagens são mais elevados e são necessárias mais milhas para viabilizar a viagem com sua utilização. “Na baixa temporada, comprando antecipadamente, o custo em pontos tende a ser menor, como é o caso das compras diretas à vista”, finaliza.
Milhas valem dinheiro, diz especialista
Caso o viajante não utilize as milhas no prazo determinado, é possível vendê-las e receber uma indenização. Muitas vezes o consumidor tem pontos ou milhas adquiridos, perde prazos e não vê isso como um prejuízo financeiro, o que exige uma mudança de pensamento, segundo Goés.
“Às vezes a pessoa fica chateada quando perde 50 reais que caem da carteira, da bolsa, tanto faz. Mas fala da maior naturalidade que, por exemplo, deixou expirar 50 mil milhas. Mas 50 mil milhas valerão mil, dois mil reais”, lamenta o especialista.
Para ele, trata-se de uma perda inconsciente, pois o consumidor não tem ideia de que as milhas valem um dinheiro que, se conquistado, poderá resultar em uma viagem futura, ou os recursos poderão ser utilizados para outra finalidade.
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