O retorno de Mbappé ao Parc des Princes, onde brilhou com a camisa do Paris Saint-Germain, não foi como o craque da seleção francesa imaginava nesta sexta-feira. E nem mesmo o gol relâmpago aos 13 minutos ajudou a seleção nacional a encontrar o caminho da vitória após recentes decepções. Diante de uma Itália surpreendente e eficaz, derrota de virada por 3 a 1 no início da Liga das Nações e vaias da torcida no apito final.
Mbappé chegou a ser aplaudido num jogo que poderia ter sido criticado pelos torcedores do PSG. Não foi isso que aconteceu. Mas o camisa 10 não conseguiu fazer essa diferença em campo. Produziu pouco e ainda viu a Itália se impor de longe e marcar belos gols.
Sem tempo para lamentar ou comemorar, os times voltam a campo para o segundo turno na segunda-feira. Mais uma vez em casa, a França recebe a animada Bélgica de Kevin De Bruyne, enquanto a Itália vai à Bozsik Arena, em Budapeste, na Hungria, para enfrentar um frágil Israel. O diferencial da atual edição da Liga das Nações é que avançam duas equipes em cada grupo e não apenas o campeão como antes.
Após cair cedo na edição passada e ser eliminada nas semifinais do Europeu, a França sabia que não poderia decepcionar na abertura da temporada. Mesmo com alguns torcedores machucados por Mbappé no Parc des Princes por conta da troca do Paris Saint-Germain pelo Real Madrid, a ordem foi fazer barulho e apoiar o time contra os italianos. E todos foram aplaudidos ao entrar em campo, até mesmo o número 10. Donnarumma, goleiro italiano, também recebeu reconhecimento pela boa passagem pelo PSG.
Se a desconfiança tinha tudo para ser um adversário a mais, nada melhor do que receber um presente em menos de um minuto. A Itália deu a saída e Cambiasso recuou para o fogo para Di Lorenzo, que acabou vendo Barcola se antecipar e marcar o gol mais rápido da história da Liga das Nações, em apenas 13 segundos.
Nova promessa e grande esperança para os torcedores, Barcola, de 22 anos e representante do PSG, marcou pela primeira vez pela seleção e continuou dando calor ao lateral italiano perdido. Pouco depois do gol, o atacante chegou novamente, desta vez indo para a linha de base e batendo forte, nas mãos de Donnarumma. Mbappé chegou a exigir do goleiro antes que a França começasse a controlar a posse de bola.
Mesmo com enorme entusiasmo dos franceses, foi a Itália quem começou a ameaçar o empate. Também precisando de uma resposta da torcida após cair nas oitavas de final da Eurocopa, o time de Luciano Spalleti demorou para entrar no jogo. Retegui foi o mais utilizado. Frattesi carimbou o travessão.
Coube ao lateral Dimarco, porém, fazer o gol do empate. Em um lindo sem pular para a esquerda. Tonali – fez muita falta na temporada passada, em que foi punido por envolvimento em apostas – fez ótimo passe com toque sutil da lateral e o camisa 3 marcou um belo gol para deixar tudo igual no placar.
Vendo que a França não era um “bicho papão”, Spalleti voltou com uma troca de atacante e viu a estratégia funcionar. Logo aos 5 minutos, o time forçou erro de passe de Fofana e lançou contra-ataque. Na primeira troca, Retegui cruzou para Frattesi mandar para a rede e fazer 2 a 1.
Até então, apoiando efusivamente, os franceses começaram a exigir dos seus jogadores. Algumas vaias e reclamações começaram a dar o tom no Parque dos Príncipes. Para não “perder” o apoio das bancadas, Didier Deschamps optou pela entrada de Dembélé, também avançado do PSG.
No entanto, foi a Itália quem permaneceu ousada. Maignan defendeu a cabeçada de Frattesi voando e espalhando a bola. As estrelas dos anfitriões, Mbappé e Griezmann, raramente apareceram, o que se reflectiu nas poucas oportunidades criadas.
Defendendo com maestria, roubando bolas e realizando contra-ataques em alta velocidade, a Itália logo ampliou, desta vez pela esquerda, com Udogie servindo Raspadori entre os marcadores. Então, tudo que você precisava fazer era gerenciar o relógio. Os franceses foram vaiados.
No outro jogo do equilibrado Grupo 2, a Bélgica confirmou o favoritismo ao superar Irsael – candidato ao saco de pancadas do grupo – por mais 3 a 1. De Bruyne marcou duas vezes, Tielemans também deixou sua marca, enquanto Khalaili fez a homenagem dos visitantes. Openda até perdeu um pênalti quando os belgas venciam por 3-1.
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