Plano Estratégico 2025-2029 da Petrobras dará diretrizes para construção da fábrica no MS
A novela para a conclusão da Unidade III de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) ficará indefinida até o próximo ano. A Petrobras só deverá ter um panorama da retomada da construção da fábrica em 2025, e isso porque apenas o Plano Estratégico 2025-2029 deverá trazer diretrizes para a retomada da fábrica.
Segundo informações obtidas pelo Correio do Estado, não há previsão de entrega da due diligence (processo de auditoria) realizada pela estatal para definição dos investimentos, cronograma e detalhes sobre a retomada das obras da indústria em Três Lagoas. para a Petrobrás.
A reportagem havia informado no mês passado que o relatório seria entregue este ano, mas segundo informações colhidas em fontes internas, ainda não há rumo para a conclusão do estudo.
Inicialmente, o plano era que as obras fossem concluídas até 2026, antes do fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, tendo em conta que o período de construção está previsto para durar entre 12 e 18 meses, o prazo já começa a ficar apertado.
Quando a construção da UFN3 foi paralisada em 2014, cerca de 80% da obra estava concluída. Para que o projeto seja concluído, será necessário reparar o que já se deteriorou ao longo de 10 anos – e isso se soma ao que ainda falta para concluir a usina. Conforme informou ao Correio do Estado, o investimento para a conclusão estaria orçado entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões).
A conclusão das obras desta fábrica beneficiará não só Mato Grosso do Sul, mas todo o Brasil. A unidade terá capacidade para produzir 3,6 mil toneladas de uréia e 2,2 mil toneladas de amônia por dia, reduzindo assim a dependência do país da importação de fertilizantes nitrogenados.
Somente com a ativação da fábrica de Três Lagoas seria possível reduzir a importação de fertilizantes nitrogenados entre 15% e 30%. Outro ponto que ainda dificulta a retomada dos trabalhos é a necessidade de parceria corporativa para o funcionamento do negócio.
No início de julho, a reportagem já havia noticiado a possibilidade da norueguesa Yara Fertilizers ser esta aliada – possibilidade que não foi descartada pela petroleira.
No início deste segundo semestre, a estatal publicou um termo de acordo com o grupo, a fim de promover a produção de produtos industrializados e também atuar na descarbonização da produção.
PROCESSO
A construção da UFN3 começou em 2011, mas as obras foram interrompidas em 2014 devido ao envolvimento de integrantes do consórcio em casos de corrupção. Naquela época, a construção estava cerca de 80% concluída.
O processo de venda do UFN3 começou em 2018, que também incluiu a Araucária Nitrogenados (Ansa), localizada em Curitiba (PR). A venda conjunta inviabilizou o negócio.
Em 2019, a gigante russa de fertilizantes Acron chegou a um acordo para adquirir a unidade, mas a crise na Bolívia impediu que o negócio fosse finalizado.
Em fevereiro de 2020, a Petrobras lançou uma nova oportunidade de vendas. Contudo, as negociações só foram retomadas no início de 2022 e com o mesmo grupo russo.
Em 28 de abril de 2022, a Petrobras anunciou que a venda da fábrica para o Grupo Acron não havia sido finalizada. Ainda no mesmo ano, a Petrobras relançou a oferta de venda da fábrica ao mercado.
Por fim, no dia 24 de janeiro de 2023, a estatal declarou o fim do processo de comercialização da unidade, gerando expectativas para o reinício das obras.
NOVA FÁBRICA
De acordo com o Correio Estadual disse na edição de ontem, a possibilidade de construção de uma nova fábrica de fertilizantes no Mato Grosso do Sul não está nos planos da Petrobras.
O presidente Lula já afirmou em diversas ocasiões que está negociando com o governo boliviano a instalação de uma fábrica de fertilizantes na fronteira entre Corumbá e Porto Quijarro, na Bolívia.
Segundo ele, essa indústria faz parte do plano nacional para reduzir a dependência do Brasil da importação de fertilizantes. A reportagem apurou que não há investimentos em novas usinas previstas pela Petrobras para os próximos anos.
De acordo com informações obtidas por Correio Estaduala estatal está focada exclusivamente na reativação de usinas já construídas e que atualmente estão em hibernação. O objetivo da Petrobras é retomar a operação dessas unidades, não havendo planos de ampliação de sua capacidade produtiva com novas fábricas.
R$ 5 bilhões
Conforme informado a Correio Estadualo investimento para a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) estaria orçado entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão (aproximadamente
R$ 5 bilhões).
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