A SpaceX decidiu afastar funcionários da empresa que trabalhavam no Brasil e passou a desencorajá-los a viajar ao país a trabalho ou lazer. As medidas foram tomadas após o bloqueio do X (ex-Twitter) no país – determinado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. A informação é Jornal de Wall Street.
Segundo o jornal, a presidente da empresa espacial de Elon Musk, Gwynne Shotwell, enviou um e-mail no final da semana passada informando aos funcionários as novas decisões diante da escalada da tensão entre o bilionário e o STF. Um pequeno grupo de não-brasileiros seria então realocado para deixar o Brasil. O novo local de trabalho não foi especificado.
Um dos braços da SpaceX é a Starlink – empresa de internet via satélite cujas contas foram bloqueadas por Moraes. Segundo o presidente da consultoria Quilty Space, Chris Quilty, o Brasil é um “joias da coroa” para o mercado.
“Quando você fala em espremer uso e espremer receita do Hemisfério Sul, há 2 países que se destacam: Brasil e Austrália […] Para qualquer rede de satélite como a Starlink, o Brasil é uma das joias da coroa”ele disse, de acordo com Jornal de Wall Street.
Além disso, a decisão de bloquear as contas da empresa afeta diretamente regiões fora das grandes cidades que utilizam a internet da Starlink, que, segundo a SpaceX, seria mais adequada para fornecer conexão a essas áreas.
ENTENDER
As contas Starlink foram bloqueadas em 29 de agosto. Moraes teria cogitado a existência de um “grupo econômico de fato” ligado ao empresário, que inclui a empresa de tecnologia. A decisão ocorreu depois que o Tribunal não conseguiu convocar um representante de X no país.
No dia 17 de agosto, X fechou seu escritório no país e demitiu todos os funcionários locais e na quarta-feira (28 de agosto) Moraes ordenou que Musk nomeasse um representante legal no Brasil sob pena de tirar X do ar.
Na sexta-feira (30/08), o ministro determinou a suspensão imediata e completa do funcionamento do X, antigo Twitter, em todo o território nacional até que as decisões judiciais da Corte sejam cumpridas e as multas aplicadas sejam pagas. O pedido também terá validade até a nomeação de um representante da empresa no país.
COMO FUNCIONA O STARLINK
Internet de alta velocidade, com baixa latência e disponível em qualquer lugar, mesmo nos mais remotos. Essa é a proposta da Starlink, que tem ganhado cada vez mais mercado no Brasil e no mundo.
Braço da SpaceX, empresa de exploração espacial que também tem Musk como dono, a empresa utiliza satélites mais próximos da Terra do que seus concorrentes, o que torna a transferência de dados e a navegação mais rápidas.
Com essa tecnologia, a empresa consegue levar internet rápida a locais onde outras formas de conexão chegam lentamente ou nem existem por serem economicamente inviáveis, como áreas rurais, pequenos vilarejos e florestas densas como a Amazônia. Também pode ser usado em barcos em alto mar ou em aviões que se deslocam no céu.
Atualmente, um consumidor que quiser adquirir internet Starlink em casa precisa desembolsar R$ 1.200 a R$ 2.400 pelo equipamento – kit com antena, roteador e cabos. A mensalidade do serviço custa R$ 184, segundo o site da empresa.
Os preços mudam de acordo com o perfil do cliente. Para embarcações, por exemplo, o custo dos equipamentos chega a R$ 12.830, e a mensalidade é de R$ 1.283.
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