Um procurador dos Estados Unidos pediu a um juiz que reconsiderasse a anulação do julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo, contestando a decisão do tribunal com base na alegação de que as autoridades suprimiram provas no caso contra o ator de Hollywood.
A promotora Kari Morrissey disse em uma moção legal divulgada na quarta-feira que a decisão de anular o julgamento do tiroteio fatal no set de “Rust” foi equivocada e que as provas em questão não foram compartilhadas porque eram “intangíveis”.
“Não houve encobrimento porque não havia nada a encobrir”, dizia o documento, que “solicita respeitosamente ao Tribunal que reconsidere a rejeição do caso com preconceito”.
Baldwin estava apontando uma arma na direção da diretora de fotografia Halyna Hutchins durante um ensaio de outubro de 2021 em um filme ambientado no Novo México quando a arma disparou, matando-a e ferindo o diretor do filme.
O Ministério Público argumentou que a estrela ignorou os protocolos básicos de segurança e agiu de forma irresponsável no set. A defesa de Baldwin, de 66 anos, alegou que não era sua responsabilidade verificar o conteúdo do revólver, responsabilidade do armeiro da produção.
O caso foi a julgamento em julho, mas terminou abruptamente depois que a juíza Mary Marlowe Sommer descobriu durante o interrogatório que a defesa não teve acesso a todas as provas.
Em tribunal, foi revelado que um ex-policial entregou aos investigadores do caso balas reais, que poderiam ser semelhantes às usadas no incidente. No entanto, a defesa não foi informada sobre isso e as provas não foram devidamente catalogadas.
Sommer decidiu que a supressão de provas foi “intencional e deliberada” e imediatamente declarou a anulação do julgamento, no qual Baldwin arriscava uma sentença de até 18 meses de prisão se fosse considerado culpado.
Juristas consideram que, após a anulação com prejuízo, é pouco provável que Baldwin seja julgado novamente neste caso.
Mas na sua moção, os promotores argumentam que as balas “enterradas” poderiam ter sido “compradas em qualquer loja de armas dois anos e meio após a morte da Sra. Hutchins” e eram “intangíveis para o caso contra o Sr. Baldwin”.
“Nada sobre os detalhes de como as balas reais chegaram ao set é relevante ou concreto para as acusações contra o Sr. Baldwin (…) Era responsabilidade de Alec Baldwin manusear a arma cenográfica com segurança”, escreveram eles.
A moção também pede aos advogados de Baldwin que expliquem como souberam das balas entregues à polícia, sugerindo que “um registro pode ser criado para possível revisão por um tribunal superior”.
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