A Associação Internacional de Estivadores (ILA), que representa 45 mil trabalhadores nos principais portos de contentores ao longo da costa leste dos EUA, está programada para realizar uma reunião de dois dias a partir de hoje para discutir exigências salariais e planear uma possível greve marcada para Janeiro de Outubro. O sindicato, que se estende do Texas ao Maine, está num impasse nas negociações formais com a Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX), o grupo patronal, sobre questões que incluem salários, automação e benefícios relacionados com saúde e reforma.
Uma fonte próxima da situação revelou que a ILA pretende um aumento salarial de 77% ao longo da duração do novo contrato. Especialistas indicaram que o aumento salarial final deverá superar o aumento de 32% obtido pelo sindicato portuário da Costa Oeste no ano passado. O presidente internacional da ILA, Harold Daggett, emitiu um alerta de que se um novo acordo laboral não for alcançado até 30 de Setembro, quando o actual contrato de seis anos expirar, os trabalhadores entrarão em greve.
A USMX manifestou a sua intenção de reunir-se novamente com a ILA para continuar as negociações. A ameaça iminente de uma desaceleração do trabalho ou de uma paralisação completa das operações pode impactar gravemente os principais portos, como Nova York/Nova Jersey, Houston e Charleston, na Carolina do Sul. Esta perturbação ocorreria num momento crítico, à medida que se aproxima a época das férias e as eleições presidenciais dos EUA.
Vincent Clerc, CEO da AP Moller-Maersk, uma empresa membro da USMX, destacou as potenciais consequências graves para as cadeias de abastecimento globais, que já estão sob pressão devido a questões como os desvios no Mar Vermelho. Os comentários de Clerc na semana passada em Los Angeles observaram que nas negociações anteriores, as partes conseguiram evitar chegar a um ponto crítico e concordaram com os termos.
Antecipando potenciais perturbações, os expedidores que dependem destes portos movimentaram mercadorias preventivamente para reduzir o risco. Apesar destas medidas, cada dia que passa sem acordo intensifica as preocupações sobre a possibilidade de uma greve.
Os apelos para a retomada das negociações foram ecoados por grupos industriais. Na terça-feira, a National Retail Federation (NRF) juntou-se à Retail Industry Leaders Association e à American Apparel & Footwear Association para instar as partes a regressarem à mesa de negociações. O CEO da NRF, Matthew Shay, enfatizou o impacto significativo que uma greve ou qualquer interrupção teria sobre os retalhistas, os consumidores e a economia em geral, instando a administração a fornecer apoio para facilitar a continuação das negociações.
A Reuters contribuiu para este artigo.
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