A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu exonerar o ex-senador Delcídio do Amaral, presidente estadual do PRD e candidato a prefeito de Corumbá (MS), do pagamento da multa de R$ 1,5 milhão que acertou com o Ministério Público Federal Service (MPF) em seu acordo de colaboração premiado.
Com isso, segundo informações prestadas por Delcídio do Amaral ao Correio do Estado, o político terá direito a receber de volta cerca de R$ 2 milhões.
“Essa decisão da Segunda Turma do STF só valida tudo o que representou essa aberração jurídica que cometeram contra mim”, reforçou.
A decisão do STF foi tomada por três votos a dois em sessão virtual encerrada no dia 30 de agosto. O relator, ministro Edson Fachin, foi derrotado pelo ministro André Mendonça.
Delcídio do Amaral era líder do governo Dilma Rousseff (PT) e acabou preso em 2015, sendo obrigado a fechar acordo de delação premiada na Operação Lava Jato no ano seguinte, quando também teve seu mandato de senador cassado.
JUSTIÇA
O ex-senador disse ao Correio do Estado que demorou, mas a justiça está sendo feita. “O tempo passou e a justiça foi feita. Tornou-se definitivo e, agora, o reconhecimento que tenho que receber é a multa de volta. São quase R$ 2 milhões corrigidos”, pontuou novamente.
O agora candidato a prefeito de Corumbá disse ao repórter que está muito feliz com a decisão da Segunda Turma do STF e que ela não poderia vir em melhor momento, pois está em plena campanha eleitoral e qualquer boa notícia enche o espírito da confusão com os eleitores.
“Estou muito feliz, porque esta decisão também mostra que sempre estive do lado certo. Apesar do apoio de alguns, são contra, obviamente”, brincou o presidente estadual do PRD, fruto da fusão do PTB com o Patriota.
Ele lembrou que os ministros do STF analisaram recurso de sua defesa contra a decisão individual de Edson Fachin, que rejeitou a suspensão da multa de R$ 1,5 milhão.
Segundo o ex-senador, a obrigação de pagar o valor deveria ser anulada, porque ele não foi condenado em nenhum processo criminal. O valor de R$ 1,5 milhão foi acertado em 2016 com o MPF como “multa compensatória” em benefício da Petrobras e da União.
O então ministro do STF, Teori Zavascki, aprovou o acordo e o pagamento deveria ser parcelado ao longo de dez anos, com valor corrigido pelo IPCA. O primeiro pagamento foi feito em 2017.
VOTOS
Para o ministro Gilmar Mendes, a eficácia da proposta de colaboração aprovada pelo Tribunal deve estar “subordinada” a uma condenação.
“Assim, é necessário reconhecer que a multa compensatória estabelecida no acordo de colaboração constitui o efeito da condenação, de modo que a sua implementação pressupõe o julgamento definitivo da condenação, de acordo com as premissas previamente estabelecidas pela jurisprudência desta Turma ”, afirmou.
Segundo Gilmar Mendes, o caso discutido pelos ministros “reverbera a necessidade de correção de rumos na formação e execução de negócios jurídicos que envolvam colaboração premiada”.
“Se é correto afirmar que o particular deve honrar os ônus probatórios assumidos no acordo, não é menos verdade que o Ministério Público deve zelar para que os fatos criminosos narrados sejam devidamente apreciados e levados a desfecho condenatório, sob pena de flagrante inversão processual incompatível com o Estado Democrático de Direito”, declarou.
O relator, Edson Fachin, votou pela rejeição do recurso e manutenção do pagamento da multa, justificando que não há dúvidas sobre “a aceitação pelo colaborador, auxiliado por seus defensores, bem como a natureza do valor pactuado com os integrantes do o Ministério Público Federal, tomando como referência a magnitude dos fatos confessados, como o momento da alta”.
O ministro afirmou que a absolvição de Delcídio do Amaral nas ações penais instauradas com base nos relatórios não afasta nem suspende a obrigação de pagamento da multa.
“Como se verifica, o acordo estabelece as condições relativas às obrigações pecuniárias de forma autónoma e não as vincula ao julgamento definitivo de uma condenação. Tanto é que há previsão expressa para que o pagamento da multa compensatória tenha início em até seis meses após a aprovação do acordo”, disse Fachin.
ENTENDER
Delcídio do Amaral foi preso pela Polícia Federal em novembro de 2015, acusado de tentar comprar o sigilo do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que negociava acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato.
Na época, Delcídio era filiado ao PT e ocupava o cargo de líder do governo Dilma Rousseff no Senado. Ele fechou o acordo de delação premiada em 2016, acusando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de obstruir o andamento da Lava Jato.
Seu mandato foi cassado em maio do mesmo ano, por quebra de decoro parlamentar. Em agosto de 2019, filiou-se ao PTB e assumiu a presidência da diretoria do partido em Mato Grosso do Sul.
No início deste ano, em entrevista ao Correio do Estado, ele confirmou sua pré-candidatura a prefeito de Corumbá nas eleições municipais de outubro deste ano.
A reportagem já havia afirmado em novembro do ano passado que o político cogitava concorrer à prefeitura de sua cidade natal, o que se confirmou depois que Delcídio testou com sucesso sua popularidade durante os desfiles das escolas de samba de Corumbá no carnaval deste ano. .
Sem mandato desde 10 de maio de 2016, quando foi cassado pelo Senado com 74 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção, Delcídio do Amaral explicou ao Correio do Estado que pretende disputar a eleição para prefeito com propostas que vão revolucionar Corumbá.
“O tema da minha campanha eleitoral será ‘O futuro começa em Corumbá’. E nesse sentido já estou conversando com investidores e grandes empresas brasileiras interessadas em explorar de forma sustentável as riquezas da nossa região pantaneira”, declarou.
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