O crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB, valor de tudo o que é produzido na economia) brasileiro no segundo trimestre em relação ao primeiro desencadeou, ainda pela manhã, logo após a divulgação dos dados do IBGE, um processo de revisão para cima nas expectativas para o desempenho da economia este ano.
Alguns analistas de mercado já falam em crescimento de 3% antes de 2023.
Basta usar estatísticas para fazer as revisões. Segundo economistas ouvidos pela Globo, o “carry estatístico”, ou seja, o impulso que o PIB do segundo trimestre deixa para o resto do ano, está entre 2,5% e 2,9%, dependendo do cálculo.
Isto significa que, se o PIB tivesse crescimento zero no terceiro e quarto trimestres, o aumento anual, que leva em conta o desempenho da atividade económica ao longo do ano, já seria de pelo menos 2,5%.
Essa é exatamente a estimativa de consenso da edição mais recente do Boletim Focus, compilação semanal de projeções feitas pelo Banco Central (BC).
A questão é que essa estimativa de consenso entre os analistas considerou um crescimento menor, de 0,9%, para o segundo trimestre, conforme mostra pesquisa do jornal Valor. Como o desempenho efetivamente medido pelo IBGE ficou acima do consenso, o que os economistas esperavam foi alcançado apenas no primeiro semestre.
‘O viés é de revisão para cima’, diz Itaú
A equipe de economistas do Itaú, por exemplo, esperava um aumento de 1% no segundo trimestre, em relação ao primeiro. Com isso, o crescimento anual seria de 2,5%.
Agora, segundo a economista Julia Gottlieb, da equipe do Itaú, o desempenho do segundo trimestre já levaria a um aumento anual de 2,9%. Portanto, a tendência é de revisão para cima, embora o banco ainda não tenha atualizado os cálculos.
— Vemos desaceleração no segundo semestre, mas o viés é de revisão para cima — disse Júlia.
Economistas da gestora de recursos ASA também projetavam crescimento anual de 2,5% em 2024 em relação a 2023, antes dos números do IBGE desta terça. Agora, subiram para 3%, de acordo com um comentário escrito divulgado esta manhã.
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Na mesma linha, a equipe da corretora e gestora Guide Investimentos escreveu que “colocamos um forte viés de alta em nossa projeção de crescimento, revisando-a preliminarmente de 2,2% para 2,9%”.
Num relatório também divulgado esta manhã, o economista-chefe da gestora G5 Partners, Luis Otávio Leal, informa a revisão da estimativa de crescimento anual para 2,7%, face aos 2,5% anteriores, “com possível viés de alta, caso a atividade não apresenta hospedagem no segundo semestre”.
Desaceleração no segundo semestre?
Essa “acomodação”, uma desaceleração no ritmo de crescimento, é esperada pelos economistas devido a uma perda natural de dinamismo da demanda, que será arrefecida por alguns fatores, incluindo a política de juros — no discurso do BC, a possibilidade de uma aumento da taxa básica Selic (atualmente em 10,5%), diante de sinais de pressão sobre a inflação.
O arrefecimento também virá da saída de “vetores” que operaram no primeiro semestre, como a retomada do pagamento de precatórios —como são chamadas as dívidas governamentais cujo pagamento foi determinado pelo Judiciário —, disse Júlia, do Itaú :
— À medida que adiamos a desaceleração, ficamos mais em dúvida se ela realmente ocorrerá.
Juliana Trece, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), destacou que, com o mercado de trabalho apresentando aquecimento consistente, a expectativa é que a construção civil mantenha o crescimento e continue ajudando o setor a avançar ao longo deste segundo semestre. . E o sector dos serviços também deverá continuar a crescer.
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