O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, indicou nesta segunda-feira (02) que só entregaria o comando do Palácio Miraflores a outro “presidente chavista”.
Durante discurso transmitido pela emissora estatal VTV, ele pediu uma “revolução dentro da revolução” para liderar o país nos próximos anos, em meio à crise criada após denúncias de fraude nas eleições em que foi proclamado reeleito para um terceiro prazo.
A fala ocorre logo após a Justiça emitir mandado de prisão contra seu rival nas eleições, o adversário Edmundo González Urrutia, a pedido do Ministério Público.
“Sou o primeiro presidente chavista e, quando entregar o comando, quando chegar a hora, entregá-lo-ei a um presidente chavista”, disse durante um discurso.
“Ninguém pode se considerar indispensável em qualquer cargo ou tarefa, nem eu, o ego, pelo amor de Deus, é terreno fértil para a corrupção, para a traição. Todos nós que estamos aqui estamos vacinados”.
Na companhia dos seus colaboradores mais próximos, pediu para rectificar e reformular quando necessário, para criar, refazer e refundar.
Ele enfatizou que ninguém está isento de uma “autoavaliação exaustiva” se quisermos que as coisas mudem para melhor. Insistiu que uma verdadeira revolução é aquela que tem a capacidade de se ver a partir de dentro, de se renovar e de se reencontrar permanentemente e que cada membro deve estar na “trincheira que o toca”.
“Se eu acreditasse que a revolução dependia de um único homem eu estaria enlouquecendo, essa revolução foi feita para não depender de ninguém, o papel que eu tenho que desempenhar eu farei, vocês sabem que não sou covarde e o que Estou agindo com o povo de forma inabalável, tenho plena consciência”, afirmou.
Maduro alertou também que o imperialismo norte-americano não conseguirá opor-se à sua administração “nem com sorrisos nem com gritos” e que a “corrente fascista” que quer impor como governo na Venezuela será derrotada “com mais revolução”.
“Não temos apenas uma oposição golpista de 2002 que derrotamos, nem pitiyanqui como a de 2004 e 2006, ou a oposição violenta de 2014 e 2017, agora é uma corrente fascista, criminosa, nazista que quer entregar o território nacional e encher o país de violência para levá-lo à guerra civil. Que ninguém se engane, não é que tenha surgido uma alternativa democrática, não existiu e não existe”, alertou.
Anunciou outro encontro das chamadas forças revolucionárias entre os dias 4 e 6 de outubro, denominado “Congresso Nacional do bloco histórico bolivariano, popular, chavista e socialista da Venezuela para o século XXI”, que, segundo ele, serviria para “ pousar” na estratégia de visão “para os próximos 30 anos”.
Para o efeito, nomeou comissões de trabalho que terão a missão de percorrer o país e recolher e integrar propostas.
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