Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – A moeda à vista interrompeu nesta segunda-feira uma sequência de cinco sessões de altas, fechando em baixa frente ao real, embora acima de 5,60 reais, em dia de novo leilão extra de swap cambial do Banco Central e redução da liquidez devida para o feriado nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 0,34%, cotada a 5,6172 reais. No ano, a moeda acumulou valorização de 15,78%.
Às 17h04, na B3 (BVMF:) o contrato de primeiro vencimento subia 0,21%, a 5,6355 reais na venda.
O feriado do Dia do Trabalho nos EUA manteve o mercado americano fechado, o que reduziu a liquidez na negociação de divisas em todo o mundo.
Na primeira hora da sessão, o Banco Central promoveu um leilão extra tradicional de swap cambial, totalizando 14,7 mil contratos (735 milhões de dólares), em operação que havia sido anunciada na noite de sexta-feira.
O leilão de swap tem efeito equivalente à venda de dólares no mercado futuro – o mais líquido do Brasil e, em última análise, o que define os preços no segmento à vista. O BC vendeu o total oferecido, o que deu certo alívio aos preços naquele momento.
Esta foi a terceira operação extra, com injeção de novos recursos no sistema, realizada desde sexta-feira pelo BC, e a quarta intervenção desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar do leilão, o dólar posteriormente recuperou força em relação ao real, enquanto a moeda norte-americana apresentou sinais mistos em relação a outras moedas no exterior.
Às 11h22 o dólar à vista atingiu a cotação máxima de 5,6609 reais (+0,44%), mas depois disso a moeda voltou ao território negativo. Às 14h34, atingiu a mínima de 5,6044 reais (-0,57%).
“Não temos mercados em Nova York. Sem essa referência principal, a flutuação local (do dólar) fica mais sujeita a movimentos específicos”, comentou o diretor da consultoria cambial FB Capital, Fernando Bergallo, citando também um movimento de obtenção de lucro por parte de alguns agentes quando a moeda se distanciou de 5,60 reais.
Apesar do alívio do dia, a moeda norte-americana manteve-se acima dos 5,60 reais, com o mercado à espera de novas pistas sobre o futuro das taxas de juro no Brasil e nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, a curva a termo brasileira continuou precificando uma chance majoritária de o Banco Central elevar a taxa básica Selic em 25 pontos base neste mês – algo que poderia aumentar o diferencial da taxa de juros brasileira e atrair mais investimentos, com impactos na taxa de câmbio . A Selic está atualmente em 10,50% ao ano.
Pela manhã, além do swap extra, o BC vendeu em leilão todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional com o objetivo de rolar o vencimento de 1º de outubro de 2024.
(Por Fabrício de Castro)
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