Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) decretar nesta sexta-feira, 30, a suspensão da rede social X, antigo Twitter, no Brasil, houve reação da classe política. Enquanto um ministro Lula comemorava a decisão, parlamentares da oposição reagiram classificando a decisão como censura. Moraes baseou a decisão no fato de a empresa de Elon Musk não ter respondido ao aviso de 24 horas para apresentar representante no país e ter ignorado ordens judiciais.
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar do governo Lula, comemorou a decisão em sua própria rede social. “E agora @elonmusk, está bloqueado!!!!! Aqui no Brasil tem lei!!!! Tchau, tchau!”, postou.
O deputado federal e ex-ministro Orlando Silva (PCdoB-SP) classificou o episódio como uma ação protetiva. “Após X ignorar a decisão judicial e descumprir a DETERMINAÇÃO LEGAL expressa no Art. 1.138 do Código Civil Brasileiro, a plataforma acaba de ser suspensa. Como dissemos antes, é uma QUESTÃO DE SOBERANIA NACIONAL!”, publicou Silva .
Na oposição, o deputado federal Evair de Melo (PP-ES) classificou a decisão como um ato de censura. “Moraes suspende X no Brasil após empresa não designar representante legal. Multas diárias para quem tentar burlar a decisão. Cuidado, Brasil!”
Da mesma forma, o senador Izalci Lucas (PL-DF) anunciou a decisão de Alexandre de Moraes de censurar X em todo o território brasileiro.
A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) chamou o ministro Moraes de “canalha” e afirmou que medidas estavam sendo tomadas para punir quem tentasse acessar a plataforma. “Não basta suspender o X no Brasil, Alexandre de Moraes agora quer multar em 50 mil quem usar VPN para acessar o X/Twitter”, escreveu Zanatta.
Em inglês, Nikolas Ferreira (PL-MG) também citou a suposta multa para quem tentasse acessar a rede de forma alternativa. O deputado finalizou escrevendo “Ditadura”.
O senador Sérgio Moro (União-PR) também se opôs à decisão. “Prejudicar 20 milhões de usuários da rede social X não é compatível com o regime de um país liberal e democrático”, postou.
Abuso de poder
A questão também repercutiu em outras esferas do cenário político. Os oponentes também acusaram Moraes de exercer poder excessivo. “Imagina que com um toque de caneta você consegue cortar o sinal dos celulares em todos os presídios do Brasil? Um dia a gente chega lá, acredite. Coincidência? Óbvio!”, o vereador e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, postado em X.
O presidente do partido Novo, Eduardo Ribeiro, acusou o STF de desregulamentação e criticou Rodrigo Pacheco, chamando-o de negligente e covarde, atribuindo a origem do problema.
A candidata a prefeita de São Paulo, Marina Helena (Novo) disse ao Estadão que “ao banir até aplicativos VPN, o pedido de Moraes é um pacote digno da Coreia do Norte”. “É hora do Congresso agir para impeachment de Moraes”, acrescentou.
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