O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse nesta quinta-feira (29) que espera que a Polícia Civil e o Ministério Público concluam rapidamente as investigações sobre suspeitas de irregularidades no fornecimento de alimentos a pacientes em unidades públicas de saúde administradas por entidade social autônoma , do Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).
“A polícia está a fazer o seu trabalho, o Ministério Público também fará o seu”, afirmou Ibaneis ao participar na cerimónia de apresentação dos 78 novos autocarros que dentro de poucos dias serão integrados na frota do transporte público distrital. “Esperamos que possam realizar uma investigação o mais rápido possível e que os culpados, se houver, sejam punidos”, acrescentou.
A Polícia Civil e o Ministério Público do Distrito Federal deflagraram nesta quarta-feira (28) uma operação (Escudero) para aprofundar as investigações em andamento desde abril de 2023, sobre suspeitas de envolvimento de empresários e agentes públicos com irregularidades nos serviços prestados. pelo Iges-DF.
Criado pelo próprio governo distrital para agilizar os processos de contratação de pessoal e bens e serviços, o instituto administra diversos hospitais e unidades de pronto atendimento do Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil, os investigadores responsáveis pelo caso já reuniram indícios de que o fornecimento de alimentos aos pacientes nos estabelecimentos públicos administrados pelo Iges-DF é precário.
Segundo eles, faltam insumos e equipamentos adequados, dificultando o processo de recuperação dos pacientes. Além disso, há fortes indícios de orientação contratual, favorecendo empresas subcontratadas pelo instituto que, segundo a Polícia Civil, apesar de inúmeras falhas na prestação de serviços, não só tiveram seus contratos renovados como também tiveram seus pedidos de aumento de valores de repasses atendidos por o instituto.
“Além disso, houve evidências sólidas de que esse alinhamento entre empresários e gestores do Iges-DF ocorreu em razão do recebimento de vantagens indevidas, na forma de propina, para servidores públicos”, sustenta a Polícia Civil em nota.
Vinte mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos nesta quarta-feira, em endereços ligados a empresários e funcionários do instituto no Distrito Federal, em Goiânia (GO) e em Macapá (AP), além da própria sede do Iges-DF.
Horas depois do início da Operação Escudero, a Diretoria do instituto (Conad) destituiu o vice-presidente e o diretor de Administração e Logística do instituto, respectivamente, Caio Valério Gondim Reginaldo Falcão e Antônio Carlos Garcia Martins Chaves, alvos do policial investigador.
Em nota, o Iges-DF informou que a suspensão inicial será temporária, por 30 dias, para que Falcão e Chaves “trabalhem em suas defesas e para que os fatos sejam devidamente apurados”. O Conselho Diretor do instituto é presidido pela secretária distrital de saúde, Lucilene Florêncio.
“O Iges-DF permanece à disposição das autoridades competentes para prestar todo o apoio necessário às investigações em andamento. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a legalidade”, acrescentou o instituto, na nota.
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