Dados recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que Mato Grosso do Sul mantém saldo positivo de geração de empregos neste ano, mas em ritmo mais lento que em 2023. Em julho , cujas estatísticas foram divulgadas ontem, registrou a criação de 1.013 vagas de emprego no Estado, o menor número do ano, o que demonstra um ritmo de criação de empregos que vem caindo desde fevereiro, quando o mercado de trabalho atingiu seu pico, com 5.932 vagas entre contratações e demissões. Os principais motivos para esse resultado mais estável em julho foram dois fatores: o fim da safra de cana-de-açúcar, que gerou saldo negativo em cidades com grandes usinas produtoras de açúcar e etanol, e a desmobilização do canteiro de obras da usina da processadora de celulose Suzano, no município de Ribas do Rio Pardo. Se a construção civil – impactada pela desmobilização em Ribas do Rio Pardo – contribuiu para o saldo negativo, a indústria e o setor de serviços nas grandes cidades do Estado – como Campo Grande, Dourados e Três Lagoas – mantiveram o saldo positivo em Mato Grosso do Sul. Sul. Em julho, o setor da construção civil fechou 1.380 postos de trabalho, em grande parte devido às demissões em Ribas do Rio Pardo. A indústria registrou a criação de 1.108 vagas, enquanto os serviços (732), o comércio (335) e a agricultura (218) apoiaram o pleno emprego em Mato Grosso do Sul. O Caged mediu apenas a contratação formal de trabalhadores, via CLT, o chamado emprego formal. Porém, quando se fala em pleno emprego, leva-se em consideração outra estatística – divulgada no início deste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Este estudo do IBGE mostra que Mato Grosso do Sul tem uma taxa de desemprego de 4%, a quarta menor do Brasil, atrás apenas dos estados de Santa Catarina, Mato Grosso e Rondônia. Quando a taxa de desemprego é inferior a 6,4%, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) considera o nível como sendo de pleno emprego. Essa estatística, neste caso, conta não apenas os trabalhadores formais, mas todas as ocupações, incluindo serviço público, empresários, microempreendedores e até trabalhadores informais. Em relação aos números informados pelo Caged, as 1.013 vagas de julho representam a diferença entre as 34.666 contratações ocorridas no Estado no período e as 33.653 demissões. Campo Grande tem bom desempenho A capital do MS teve bom desempenho na geração de empregos no mês passado. O Caged indica saldo de 832 vagas, diferença entre 13.041 contratações e 12.204 demissões. Todos os principais sectores da economia tiveram um bom desempenho, com saldos positivos no comércio (241), indústria (226), serviços (179), agricultura (96) e construção civil (95). Em Dourados, o saldo foi de 129 vagas, enquanto a construção civil teve saldo negativo. Em Três Lagoas, o saldo foi de 129 vagas, e em Ponta Porã, outras 111. Em Corumbá, foram fechadas 44 vagas de emprego em julho. Ribas e canaviais geram demissões Em Ribas do Rio Pardo, o saldo negativo foi de 1.117 vagas no mês passado. Foram 1.016 admissões contra 2.133 desligamentos. O pior desempenho foi da construção, com o fechamento de 1.352 postos de trabalho. O comércio também teve saldo negativo de 35 vagas. Por outro lado, a agricultura (132 vagas), a indústria (71) e os serviços (67) contribuíram para atenuar a situação negativa do mercado de trabalho na cidade. Os municípios produtores de cana-de-açúcar e que abrigam em seu território grandes usinas de etanol e açúcar também apresentaram saldo negativo no mês passado, com destaque para Nova Alvorada do Sul (-119), Naviraí (-80), Rio Brilhante (-26) e Som (-8). Assine o Correio do Estado
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