A influenciadora digital Isabel Veloso, de 18 anos, ganhou notoriedade após compartilhar sua luta contra o câncer do tipo linfoma de Hodgkin, descoberto em 2021, e afirmar estar em estado terminal, com até seis meses de vida, este ano. Recentemente, a jovem anunciou que estava grávida, o que causou polêmica nas redes sociais.
Agora, nesta terça-feira, a jovem paranaense usou suas redes sociais, que contam com mais de 3 milhões de seguidores, para dizer que a doença está “estabilizada” e que, portanto, ela não é mais uma paciente terminal com câncer, e sim em cuidados paliativos.
— Minha doença era terminal, eu tinha um tempo de vida estimado e não tinha certeza se a doença iria estabilizar. Ela estabilizou e eu não sou uma paciente terminal, mas sim uma paciente em cuidados paliativos — afirmou ela em seu perfil no Instagram.
O influenciador defendeu ainda que “já é hora das pessoas entenderem o que é um estado terminal e um estado paliativo”. Isabel se pronunciou sobre o tema após receber uma série de críticas e questionamentos sobre seu diagnóstico.
O que é um paciente em estágio terminal? E o que são cuidados paliativos?
Segundo um grupo de estudos da Sociedade Médica de Santiago, no Chile, existem alguns requisitos para classificar um paciente em estágio terminal. Dentre eles, o indivíduo deve ter uma doença grave, progressiva e irreversível, com prognóstico fatal próximo ou em período de tempo relativamente curto.
No momento do diagnóstico, a condição não está sujeita a um tratamento conhecido, ou com eficácia comprovada, que permita modificar o prognóstico de morte iminente. Em suma, é o paciente cuja doença não tem mais alternativas de tratamento e, por ser progressiva, há um grau de certeza de que levará a pessoa à morte.
Os cuidados paliativos são definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes (…) que enfrentam problemas associados a doenças potencialmente fatais”. Abrangem a gestão da “dor e outros problemas, sejam físicos, psicossociais ou espirituais”.
Isso significa que o paciente não necessariamente está em fase terminal, ou seja, com uma doença progressiva e sem tratamento, apenas que tem um diagnóstico grave e necessita de cuidados paliativos para viver melhor, sem dores. Podem, portanto, fazer parte do cuidado de uma pessoa com doença terminal ou não.
A OMS, por exemplo, estima que todos os anos 56,8 milhões de pessoas necessitam de cuidados paliativos em todo o mundo, a maioria provenientes de países de rendimento médio e baixo. Segundo a agência, a maioria dos casos envolve doenças crônicas, como doenças cardiovasculares (38,5%); câncer (34%); doenças respiratórias crônicas (10,3%); síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) (5,7%) e diabetes (4,6%).
Mas há outras condições que podem exigir cuidados paliativos, como insuficiência renal, doença hepática crónica, esclerose múltipla, doença de Parkinson, artrite reumatóide, doenças neurológicas, demência, anomalias congénitas e tuberculose resistente a medicamentos, acrescenta a OMS.
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