Latam demite os três pilotos que bateram a cauda de avião em decolagem de Milão

A Latam demitiu três pilotos envolvidos no incidente com um Boeing 777-300 da Latam, que bateu e arrastou o rabo ao decolar de Milão, Itália.

Um relatório preliminar da Autoridade Italiana para a Segurança da Aviação (ANSV) apontou que o problema foi causado por inserção de dados incorretos pelos pilotoso que acabou “enganando” o computador de voo.

Segundo a Globo, os pilotos não constam mais na lista de funcionários da Latam depois que o conselho interno da empresa considerou o acidente gravíssimo.

Com isso, o avião da Latam que seguia para Guarulhos, em São Paulo, foi arrastado por 723 metros na pista, deixando um buraco de até seis centímetros.

Fora de operação

Quase dois meses após o incidente, a aeronave permanece fora de operação para o processo programado de revisão e manutenção junto ao fabricante.

No voo da Latam, segundo a reportagem, o peso máximo da aeronave foi inserido sem levar em conta o combustível, em vez do peso real do combustível fornecido, fazendo com que o computador calculasse uma velocidade de decolagem muito inferior ao necessário.

A empresa chilena, criada após o anúncio da fusão entre a companhia aérea chilena LAN Airlines e a brasileira TAM Linhas Aéreas, possui um conselho interno para avaliar a eficiência de operações, incidentes e procedimentos.

O caso em questão foi levado ao painel, formado por colaboradores dos diversos países onde a empresa atua, e comparado com outros incidentes semelhantes para que seja encontrada a solução mais justa.

Segundo a Globo, o procedimento adotado levou em consideração a proporção dos danos à estrutura da aeronave, gastos com alijamento de combustível, realocação de passageiros e mais de dois meses de paralisação do avião para reparos, avaliados em milhões de dólares.

Como foi o incidente?

O computador de bordo de um avião comercial Boeing, conhecido como “Flight Management System” (FMS), é um sistema sofisticado que desempenha um papel crucial na operação segura e eficiente de aeronaves modernas.

O sistema é responsável por calcular parâmetros de desempenho, como velocidades de decolagem e descida, com base em informações como peso da aeronave, configuração dos flaps e condições atmosféricas. E, segundo o relatório das autoridades italianas, foi aí que surgiu o problema.

Os dados cruciais envolvidos no incidente são aqueles que informam o peso total da aeronave, incluindo a distribuição de carga e passageiros, a quantidade de combustível; e velocidades de decolagem, como V1 (velocidade de decisão), VR (velocidade de rotação) e V2 (velocidade de segurança de decolagem).

No voo da Latam, segundo a reportagem, o peso máximo da aeronave foi inserido sem levar em conta o combustível, em vez do peso real do combustível fornecido, fazendo com que o computador calculasse uma velocidade de decolagem muito inferior ao necessário.

Na prática, os pilotos começaram a girar a aeronave a 153 nós e, quando a aeronave acelerou para 166 nós, a cauda começou a entrar em contato com a pista do aeroporto.

Vale ressaltar que, no momento da decolagem, três pilotos estavam na cabine do voo Latam: um capitão instrutor sentado no assento direito (que voava neste segmento), um capitão instrutor sentado no assento esquerdo e um capitão instrutor sentado no assento esquerdo e um capitão substituto sentado no assento do voo. pular.

O caso aconteceu em julho deste ano, com 398 passageiros a bordo que seguiam em direção a São Paulo. Câmeras de segurança do aeroporto registraram o momento em que a parte traseira da fuselagem tocou a pista e se arrastou por mais de 270 metros, deixando para trás destroços e poeira.

Após a decolagem, os pilotos tiveram que despejar combustível para retornar a Milão e verificar os danos na estrutura da aeronave. Todos os passageiros foram desembarcados com segurança

Em nota enviada à Globo, a Latam afirmou que comentará a demissão dos pilotos.

A empresa também afirmou anteriormente que continua cooperando com as autoridades que investigam o ocorrido no voo LA8073, e aguarda a publicação do relatório final da Autoridade Italiana para a Segurança da Aviação (ANSV).

“A empresa esclarece que o relatório emitido pela autoridade é preliminar e não apresenta as prováveis ​​causas ou conclusões da investigação”, afirma a empresa.