A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) divulgou na semana passada um comunicado alertando para o crescente número de falsificações do Ozempic, medicamento usado no tratamento do diabetes tipo 2 e, off-label, no controle da obesidade.
Nesta terça-feira, 27, foi a vez da Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, emitir uma carta sobre o problema.
O remédio contra obesidade não está sendo vendido no Brasil e ainda não há previsão de chegada do produto ao mercado nacional, mas há versões falsas sendo divulgadas em sites e redes sociais.
“Como um medicamento administrado por via subcutânea, a esterilidade torna-se uma preocupação de segurança ainda mais crítica. Alguns dos produtos analisados continham bactérias, altos níveis de impurezas, cores diferentes (rosa em vez de incolor) ou uma estrutura química completamente diferente do medicamento da Lilly. menos um caso, o produto nada mais era do que álcool”, alertou o fabricante.
Falsificações Ozempic
O alerta da SBD foi motivado por denúncias recebidas pela própria entidade e médicos conveniados sobre a venda de produtos falsificados pela internet e de versões manipuladas da semaglutida, princípio ativo do Ozempic.
Em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia emitido um alerta sobre a venda de versões falsificadas do medicamento. Na época, a entidade alegou ter apreendido lotes falsos do produto no Brasil em outubro de 2023.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão que recebe esse tipo de denúncia no país, as últimas ações de fiscalização relacionadas à falsificação do Ozempic ocorreram em janeiro deste ano. Os lotes identificados como falsos foram:
1 – Lote MP5A064, com prazo de validade 10/2025 e embalagem secundária indicando concentração de 1,34 mg/mL, em espanhol;
2 – Lote LP6F832, com vencimento em 11/2025;
3 – Lote MP5C960, que apresenta concentração de 1 mg em sua embalagem secundária, em espanhol.
Formatos e riscos
Diante das reclamações, tanto a Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, quanto a Eli Lilly destacaram que não fornecem semaglutida e tirzepatida (princípio ativo do Mounjaro) para farmácias de manipulação ou quaisquer outras empresas.
“Também é importante enfatizar que não existe outra versão da tirzepatida além da subcutânea. Foram vistos anúncios de pílulas, comprimidos, chips, sprays nasais e outras versões orais da “tirzepatida”. de qualquer administração oral ou nasal da molécula”, alertou Eli Lilly.
O mesmo vale para Ozempic. Segundo a Novo Nordisk, a semaglutida não foi desenvolvida, em nenhum lugar do mundo, para uso no formato injetável em frascos, cápsulas orais, pellets absorvíveis, tiras ou chips.
As duas empresas também destacaram os riscos dos produtos falsificados. Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA, equivalente à Anvisa nos EUA) já recebeu relatos de efeitos adversos após o uso de “versões manipuladas” do Ozempic.
Segundo a agência, esses produtos podem ser formulações salinas, como a semaglutida de sódio e o acetato de semaglutida, princípios ativos que não se mostraram seguros e eficazes.
Além disso, as falsificações de Ozempic podem tornar ineficaz o tratamento de um paciente com diabetes devido à dosagem incorreta, causando níveis descontrolados de glicose no sangue.
Os medicamentos falsificados também podem conter ingredientes desconhecidos e substâncias prejudiciais à saúde, com risco de até causar a morte, segundo
Cuidados para evitar falsificações
– Utilizar o medicamento somente sob prescrição médica;
– Compre em estabelecimentos regulamentados;
– Não compre em sites ou redes sociais desconhecidos, apenas nos portais das próprias farmácias;
– Inspecionar as embalagens em busca de indícios de manipulação, como lacres rompidos, erros ortográficos e etiquetas mal impressas;
Desconfie de preços muito abaixo dos aprovados pelo governo (o valor do Ozempic segue a tabela da CMED, órgão federal que regula o preço dos medicamentos no país).
Caso veja ofertas de medicamentos com indícios de fraude, denuncie por meio do canal de Notificações de Vigilância Sanitária Anvisa.do à OMS.
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