Fiel ao seu papel de levar as melhores e mais importantes informações aos seus leitores, o Grupo ND listou 12 desafios para o prefeito que governará Florianópolis de 2025 a 2028. Para isso, coletou dados estatísticos relacionados a essas áreas, incluindo educação, segurança e emprego.
Semanalmente, tanto o portal NDMais como o Jornal ND publicará relatórios especiais detalhando os dados coletados e apresentando uma visão geral deste desafio. O tema de abertura desta série de reportagens é a educação.
Educação em Florianópolis
De acordo com a Constituição Federal, os municípios são responsáveis pela oferta do ensino básico, ou seja, creches (até 3 anos), pré-escolas (educação infantil; 4 e 5 anos) e ensino fundamental (1º ao 9º ano, dos 7º ano). até 14 anos).
A Constituição ainda exige que os municípios apliquem pelo menos 25% das suas receitas provenientes de impostos e transferências para a Educação. Florianópolis prevê, até o final de 2024, o investimento de R$ 1,054 bilhão na área, o equivalente a 26,8% do orçamento total.
Nos últimos anos, o percentual oscilou e, pela primeira vez desde 2020, atingiu a marca constitucional e, também pela primeira vez, ultrapassou a cifra de R$ 1 bilhão.
2024
- Orçamento total: R$ 3.927.866.445,00
- Educação: R$ 1.054.400.448,00 (26,84%)
2023
- Orçamento total: R$ 3.745.437.915,00
- Educação: R$ 842.443.434,00 (22,49%)
2022
- Orçamento total: R$ 2.827.813.561,00
- Educação: R$ 613.477.422,00 (21,69%)
2021
- Orçamento total: R$ 2.180.495.600,00
- Educação: R$ 488.271.128,00 (22,39%)
2020
- Orçamento total: R$ 2.357.582.046,00
- Educação: R$ 545.699.314,28 (23,15%)
Serviços de creche
Por ser responsável por oferecer creche às crianças, é a prefeitura quem cobra esse serviço. Em Florianópolis, o INC (Índice de Necessidade de Creche) para crianças de 0 a 3 anos é de 49,88%, ou seja, esse é o percentual de crianças dessa faixa etária que necessitam de creche.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), 59,60% das crianças de Florianópolis nessa faixa etária estavam em creches até 2023, o que significa que a demanda foi atendido. O percentual de atendimento de 4 a 5 anos foi de 97,89%, acima da média brasileira, que é de 89,95%.
Creches (dados de 2023)
0 a 3 anos
- INC: 49,88%
- Serviço: 59,6%
4 a 5 anos
- Serviço: 97,89%
- Média brasileira: 89,95%
O que é INC?
O INC é um índice criado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, organização da sociedade civil que atua pela causa da primeira infância com o objetivo de impactar positivamente o desenvolvimento de crianças de até 6 anos.
Segundo o site da fundação, o indicador se baseia em uma metodologia que identifica e mede a demanda de acesso a creches, estimando o número de vagas necessárias em cada cidade do país, priorizando os grupos que mais necessitam de cuidados:
- famílias em situação de pobreza;
- famílias monoparentais, aquelas em que apenas o pai ou a mãe moram com os filhos na mesma casa; e
- famílias em que o cuidador principal é economicamente ativo ou poderia ser, caso houvesse vaga na creche.
Aumentar o nível de aprendizagem é um desafio
Um dos desafios do próximo prefeito de Florianópolis é aumentar o percentual de alunos com nível adequado de aprendizagem de português e matemática.
Segundo dados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), de 2017 a 2021, o percentual de alunos com nível de aprendizagem adequado nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) nas escolas municipais caiu de 66% para 61%. em português e de 53% para 44% em matemática.
O índice da rede pública – que inclui o ensino estadual e municipal – em Florianópolis, o índice passou de 62% para 60% em português e de 48% para 44% em matemática.
Nos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), o desempenho dos alunos melhorou em português, mas piorou em matemática. As escolas municipais passaram de 40% para 43% em português e de 20% para 18% em matemática.
Considerando novamente toda a rede pública da Capital, o índice foi de 42% a 43% de aprendizagem adequada em português e de 21% a 18% em matemática.
Ideb piorou nos anos inicial e final
O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é um indicador calculado com base no aprendizado dos alunos em língua portuguesa e matemática – obtido no Saeb – e na taxa de aprovação. O índice varia de 0 a 10, e quanto maior melhor.
Considerando apenas as escolas municipais, houve uma piora contínua nos anos iniciais (1º ao 5º). Florianópolis passou da 125ª posição em 2015 para a 219ª colocação em 2023.
Nos anos finais (6º a 9º), a rede municipal ficou em 61º lugar em 2015, piorou bastante nas duas pesquisas seguintes, chegando ao 86º lugar e, por fim, fechou 2023 em 107º lugar no ranking.
Ranking IDEB – Ensino Fundamental – Rede Municipal
Primeiros anos
- 2015: 125°
- 2017: 151°
- 2019: 184°
- 2021: 186°
- 2023: 219º
Anos finais
- 2015: 61°
- 2017: 68°
- 2019: 86°
- 2021: 59º
- 2023: 107º
A situação permanece a mesma quando consideradas todas as escolas públicas de Florianópolis. No geral, houve uma piora no desempenho. Os anos iniciais ficaram na posição 211 em 2015, caíram no ranking nas duas pesquisas seguintes e até melhoraram em 2021, mas ainda permaneceram abaixo da posição inicial desta análise.
Nos anos finais, as escolas ficaram na 190ª posição em 2015. Após praticamente permanecerem no mesmo nível em 2017 e 2021, tiveram uma melhora significativa, alcançando a 127ª colocação em 2021.
Ranking IDEB – Ensino Fundamental – Rede pública
Primeiros anos
- 2015: 211°
- 2017: 234°
- 2019: 240°
- 2021: 219°
Anos finais
- 2015: 190°
- 2017: 190°
- 2019: 193°
- 2021: 127°
Evolução das despesas Ideb x Educação por aluno
De 2017 a 2021, houve um crescimento contínuo nas despesas por aluno. A única exceção foi 2020, que registrou queda de 4,26%.
- 2017: R$ 11.835,45
- 2018: R$ 13.080,00 (+10,5%)
- 2019: R$ 15.066,72 (+15,2%)
- 2020: R$ 14.424,38 (-4,26%)
- 2021: R$ 18.096,68 (+25,4%)
Um fato que chama a atenção é que, nesse período, o Ideb dos alunos dos anos iniciais caiu enquanto o investimento cresceu. O índice ficou em 6,2 em 2017 e fechou 2021 em 5,9.
Nos anos finais, após leve queda de 2017 (5,0) para 2019 (4,9), o Ideb subiu e chegou a 5,2 em 2021.
Os dados abrangem um total de 33.896 matrículas em 120 escolas municipais.
Atualmente, a Rede Municipal de Ensino é composta por 130 unidades educacionais, sendo 84 de Educação Infantil e 37 de Ensino Fundamental, além de nove Centros de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Taxa de abandono flutua
De acordo com os dados recolhidos por NDMaisa taxa de evasão nos anos finais do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Florianópolis vem oscilando nos últimos dez anos. No período, as únicas variações significativas ocorreram de 2019 a 2021, possivelmente causadas pela pandemia de Covid-19. Veja os percentuais de abandono:
- 2014: 0,9%
- 2015: 1,1%
- 2016: 0,8%
- 2017: 0,8%
- 2018: 0,8%
- 2019: 1,1%
- 2020: 0,0%
- 2021: 1,1%
- 2022: 0,6%
Acessibilidade bem acima da média brasileira
Em relação à acessibilidade, Florianópolis possui 77% de escolas acessíveis. No Estado, o percentual é de 63%, e na rede pública brasileira, de 44%.
Uma escola acessível é aquela que é física e virtualmente acessível e apropriada para todos os alunos, independentemente das suas capacidades e necessidades.
Isso inclui acessibilidade física para alunos com mobilidade reduzida, como rampas de acesso, calçadas regulares e entradas por vias de baixo tráfego. É importante também que haja rampas de acesso em todos os andares, com corrimãos em duas alturas, 92 cm e 70 cm.
Além disso, a escola também deve contar com recursos didáticos e pedagógicos adaptados para facilitar o acesso de pessoas com deficiência.
Por exemplo, para deficientes auditivos, o material audiovisual deve incluir conteúdo visual, como legendas e/ou tradução para Libras. Para deficientes visuais, deverá incluir conteúdo em Braille ou programas que transformem texto em áudio.
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